Essa é a segunda edição da série "Escreve como pensa". (Se você não sabe do que se trata, confira o texto de apresentação na primeira edição). Hoje estudaremos o estilo de Vladimir Safatle, um dos mais "nobres" integrantes da elite esquerdista que diariamente nos presta o desserviço de encher os jornais com lugares comuns, bobagens, mentiras, erros gramaticais e variações das combinações dos elementos anteriores. O "filósofo" conta com um amplo séquito de idiotas úteis que o reverenciam e babam diante de suas colocações (na verdade eles babam também quando não estão diante do pensamento safatleano). O "título-credencial" que Safatle ostenta é "Professor da Faculdade de Filosofia da USP". Uma característica única desse "pensador" é que seu pré-nome é Vladimir e ele adotou a prática de aparar os pelos faciais com o objetivo de produzir semelhança com o visual com o qual outro Vladimir, o Lenin, era representando pelo partido comunista russo. Dado esse traço de personalidade, fica fácil imaginar o que segue...
OBS.: Na análise de hoje, além das observações sobre estilo (marcadas em vermelho), acrescentei observações sobre inverdades históricas (marcadas em verde) que Safatle perpetra por uma imposição ideológica.
OBS.: Na análise de hoje, além das observações sobre estilo (marcadas em vermelho), acrescentei observações sobre inverdades históricas (marcadas em verde) que Safatle perpetra por uma imposição ideológica.
[Artigo de autoria de
Vladimir Safatle,
Vladimir Safatle,
originalmente publicado
em 10.12.12,
em 10.12.12,
no site da
revista Carta Capital]
revista Carta Capital]
Aos 104 anos, faleceu Oscar Niemeyer. [Não tem erro na passagem, mas há alguns anos o centenário de nascimento do arquiteto foi amplamente coberto pela mídia, os quatro aniversários posteriores também foram noticiados. De sorte que qualquer pessoa minimamente informada sabia a idade de Oscar Niemeyer. Seria de se esperar que alguém que apresenta a credencial de "Professor da Faculdade de Filosofia da USP", começasse o texto de qualquer forma menos óbvia, menos lugar comum. Imagina se Franz Kafka abrisse "A Metamorfose" com a idade de Gregor Samsa...] Nenhum artista brasileiro foi reconhecido, de maneira praticamente unânime por seus pares em todo o mundo, como referência absoluta e incontornável. Nenhum, a não ser Niemeyer. [Duas frases para expressar uma ideia tão simples! Bastava acrescer a palavra "outro" depois do "nenhum" da primeira frase e a segunda poderia ser suprimida. Até porque a segunda frase repete a palavra "nenhum" (que já foi usada na frase imediatamente anterior) e o nome Niemeyer (que aparece duas vezes em um parágrafo tão pobre de conteúdo). Escrever é a arte de cortar palavras. Mas a escrita de Safatle é a arte de multiplicar o número de palavras, frases e parágrafos sem dizer nada] Isso não é acaso nem algo desprovido de relevância. [Quem lida com as letras aos poucos percebe que algumas palavras devem ser evitadas, sobretudo as imprecisas, tais como "coisa" e "algo". Esses léxicos sempre podem ser substituídos por outros mais diretos, que enriquecem o texto. Por exemplo, a frase "Posso lhe dizer algo?" ou "Posso dizer uma coisa" pode ser melhor dita como "Posso fazer uma sugestão/confissão/delação?" O substantivo que complementa o "fazer" já revela o caráter do que vai ser dito, o que torna o enunciado mais rico de informação. A dupla negação também deve ser evitada. "Não é irrelevante" = "é relevante". Mas no enunciado de Safatle, tais ocorrências são visivelmente fruto da falta do que dizer, então não tem como reescrever. Perceba como a frase é vaga, não possui um significado preciso. O autor não se dá ao trabalho de expor o motivo pelo qual "nenhum outro artista brasileiro foi tão reconhecido quanto Niemeyer". E assim o parágrafo termina sem ser concluído, sem completar o raciocínio (que raciocínio?)]
Não se trata de uma questão de sucesso, mas de consciência da força de sua linguagem e da originalidade de suas escolhas. [Ele continua desenvolvendo o tópico da "reconhecimento" (tópico frasal do primeiro parágrafo), portanto a quebra de parágrafo não se justifica nesse ponto][Como assim "consciência"? Não faz sentido. Entendo que ele quis dizer "reconhecimento". A palavra "reconhecimento" significa tanto "tomar conhecimento" como "atribuir valor". Ele não quis repetir a palavra, porque já tinha sido usada, mas ele é obrigado a usar as mesmas palavras simplesmente porque não está desenvolvendo o raciocínio, está indo e voltando sem sair do lugar. Então, a "estratégia" para a não repetição do termo gerou o uso de uma palavra que equivale a um dos sentidos possíveis de "reconhecimento", mas o sentido que NÃO cabe no contexto.][Do ponto de vista do significado, o que é o sucesso, senão ser reconhecido (valorizado) pelo trabalho que se realiza????] Com Niemeyer [seria impossível escrever um artigo sobre alguém sem repetir o nome da pessoa, mas foi dito tão pouco até agora e o nome do arquiteto já foi repetido 3 vezes!], o modernismo alcançou uma audácia formal, que dificilmente encontrará em arquitetos como Le Corbusier, Walter Gropius, Frank Lloyd Wright ou Mies van der Rohe. [A forma como o nome dos outros arquitetos aparece no texto não expressa nada além de uma necessidade de dar um verniz para parecer que o autor é "antenado" e "entende de arquitetura". Se a audácia de Niemeyer dificilmente "encontrará em A, B e C", então será facilmente encontrada em quem? (é a pergunta que salta à razão)][Do ponto de vista da forma, está faltando uma palavra, o complemento de "encontrará" (verbo transitivo). Ou ele escreve "que dificilmente será encontrada em arquitetos como" ou complementa "que dificilmente encontrará par/concorrência/semelhança em arquitetos como". Escrever é a arte de cortar palavras, mas não as palavras que a SINTAXE da língua IMPÕE a presença, Safatle] Ele foi aonde todos esses nomes maiores, que moldaram a nossa sensibilidade [moldaram a nossa sensibilidade???? Chavão, lugar comum, expressão vaga, sem sentido preciso], não conseguiram chegar. Sua vida longa e produtividade constante lhe permitiram ser [Reafirmo a questão das palavras desaconselháveis. Os pronomes possessivos estão entre elas, até porque em português há uma confusão entre "sua" ("de você") e "sua" ("de ele"), então observe como ficaria MUITO mais elegante se estivesse escrito: "A vida longa e a produtividade constante lhe permitiram ser"] aquele que levou o modernismo ao extremo, mostrando como poderia ser o portador de uma experiência renovada de liberdade da ideia. [What the fuck!!!! Que raios seria uma "experiência renovada de liberdade da ideia"???] Experiência ["experiência" de novo??? Acabou de dizer isso...] de reconciliação entre a clareza formal de quem seguiu à risca o ensinamento de Adolf Loos (Ornamento e Crime) [Mais uma vez uma ocorrência cuja única função é criar uma aura em torno do autor. Ele introduz uma ideia, mas não a explica, não a desenvolve. O nome de um texto do arquiteto austro-húngaro parece entre parenteses, mas o autor não constrói co-relações entre os dados novos e os que ele já havia apresentado] e a organicidade de quem procura aproximar a arquitetura da imitação da sinuosidade dos gestos humanos.
Por unir clareza e organicidade ["organicidade" (seja lá o que Safatle entenda por isso) acabou de aparecer na frase imediatamente anterior. Por que ele fica dando voltas sem sair do lugar?], suas obras conseguem o feito de ser monumentais e humanas. Mas “humanas” não no sentido daquilo que perpetua as ilusões burguesas [claro, porque se não aparecesse a palavra "burguesa" o texto não poderia ser considerado um "Safatle autentico", então é melhor metê-la no meio das outras palavras mesmo que não faça sentido algum, do que correr o risco de ter colocada a autoria do artigo em xeque] do acolhimento da intimidade da home [alguém me explica a opção por usar a palavra "casa" em inglês??? Alguém me explica o sentido dessa frase???]. Acolhimento que parece nos alienar definitivamente na crença de que nosso lugar natural é o espaço privado cheio de memorabilias [Nossa! Que coisa tosca! Guimarães Rosa e James Joyce se reviraram nos túmulos!]. “Humanas” no sentido deste desejo humano, demasiadamente humano [citação forçada de Nietzsche, necessidade de verniz intelectual] de retornar aos gestos primordiais e encontrar, neles, uma força construtiva inaudita [Desa vez, abster-me-ei dos comentários. Não me sinto à altura].
Na verdade, se uma ideia pudesse sintetizar a obra de Niemeyer, talvez fosse a ausência de medo. Nossas cidades parecem ter medo do vazio, dos espaços infinitamente abertos, da visão desimpedida, das formas improváveis que têm a força de dobrar o concreto armado, ou seja, da inventividade que parece se comprazer em negar toda a forma que se põe como necessária. [Alguém me explica do que esse cara está falando?] Niemeyer não tinha medo de nada. Quantas vezes ele deve ter exasperado engenheiros que viam suas formas e pensavam: “Mas isso não pode ficar suspenso dessa forma. [A segunda ocorrência da palavra "forma" poderia ser substituída por "jeito" ou "maneira", para evitar repetir a mesma palavra 02 vezes na mesma frase. Até porque no parágrafo o termo apareceu um total 04 vezes e no texto completo 06 vezes, além das 02 ocorrências de "formal", "relativo à forma"] Mas não é possível deixar isso em pé” [Até porque quem fazia os cálculos estruturais para que a joça efetivamente ficasse em pé eram os próprios engenheiros, então não havia mesmo porque o "desenhista" sentir medo. Toda a afirmação é um grande despautério, que brota do chavão "não tinha medo de nada"]. E pur si muove!, como dizia Galileu. [Um prédio se move??? Para aonde? Precisa dizer que a ocorrência não faz o menor sentido e visa apenas emprestar verniz de intelectualidade ao autor? Por economia, daqui para frente, nesses casos, marcarei somente NVI (necessidade de verniz de intelectualidade)]
Como se não bastasse a inventividade de sua obra e a coragem de suas escolhas, quis o destino que Niemeyer fosse a expressão artística mais bem-acabada do desejo brasileiro de modernidade. [Juscelino Kubitschek mudou de nome e agora se chama Sr. Destino] Ele ["ele", o destino????] soube dar forma ao desejo de seu país de olhar para dentro de si e romper com o que parecia aprisioná-lo em definitivo no século XIX. [o que aprisiona em definitivo o Brasil no passado não é a forma dos prédios, que na verdade não exercem influencia na sociedade (devem apenas cumprir as funções para as quais foram criadas, o que as obras de Niemeyer não fazem), mas a demagogia e o populismo da política republicana, bem como a ameaça do coletivismo totalitário que há mais 50 anos paira sobre o país]
Nesse sentido, há de se pensar em certas correlações próprias ao mundo da arquitetura [não seria "próprias DO mundo da arquitetura"???]. Como a mais pública das artes, aquela que mais claramente tem a capacidade de reorganizar a experiência do espaço, a arquitetura parece destinada a nos ensinar como o poder constrói. Não é um acaso, por exemplo, que todos os regimes totalitários tenham sempre se associado, em algum nível, ao neo-classicismo. [Sei... A exemplo de todos os edifícios neo-clássicos que pululam em Havana, Moscow, Pequim, Pyongyang etc] O mesmo neoclassicismo que coloniza nossas cidades brasileiras atuais com seus empreendimentos imobiliários saídos da cabeça de um Albert Speer [NVI][Excelente oportunidade para Safatle acrescentar um pouco de conteúdo ao texto. Ele poderia comentar brevemente aqui a obra do arquiteto do reich e tecer uma relação (seja de paralelo ou de oposição) com a obra de Niemeyer, mas parece que Safatle, apesar de já ter ouvido falar o nome de Albert Speer, não se sente confortável para redigir sequer uma linha sobre o mesmo], tropical, travestido de construtor de sonhos de opulência da elite local ["burguesia" é a assinatura e "elite" a rubrica de Safatle].
Também não é um acaso que tenha sido [como passou dois parágrafos sem falar diretamente de Niemeryer, aqui caberia a presença do nome dele, ou alguma referência do tipo "o arquiteto", "o artista", "o poeta das curvas" (só para combinar com o estilo geral do texto)] contra o neoclassicismo e os vínculos arquitetônicos coloniais que o desejo de modernidade dos brasileiros se afirmou. [Sim, porque — como todos sabemos — Brasília foi construída para atender a uma petição em formato de abaixo-assinado feita pelo povo brasileiro, que desejava ardentemente e com todas as forças que a capital — e conseqüentemente as decisões políticas sobre as próprias vidas — fosse transferida para lá-onde-o-vento-faz-a-curva] Nesse sentido, Brasília, a cidade que Niemeyer construiu, [Qual retardado não sabe que Brasília é uma cidade construída por Niemeyer??? Engraçado que toda vez que não precisa de explicação, ele usa um aposto para explicar, mas quando precisa ele explica] juntamente Lucio Costa, injustamente incompreendida por setores da sociedade brasileira [um desses setores que "incompreendeu" Brasília foi o povo, que sentiu na pele o custo de construção da capital, na forma de inflação], foi a expressão de que não há desenvolvimento possível sem o desejo de reinvenção de nossas formas de vida e de reorganização a partir do caráter igualitário da ideia. Durante certo tempo, tal igualitarismo conseguiu se sustentar. Até que foi definitivamente vencido pela especulação imobiliária e pelo desinteresse do poder público em sustentar tal realidade. [Sim! Um exemplo de igualitarismo! Os operários que construíram Brasília morando nas cidades satélites, deixando a "cidade de brinquedo" livre para a elite estatal contemplar a amplidão das praças de concreto. Todo mundo igual, cada qual com seu cada qual]
Por isso, gostaria de terminar este texto com uma consideração de ordem pessoal. Vivi em Brasília durante toda a minha infância e, por essa razão, sempre quis um dia agradecer a Oscar Niemeyer pela infância [custava substituir o primeiro "infância" pelos anos que passou lá ("vivi em Brasília entre os 03 e os 12 anos)? Ou qualquer outro sinônimo: "meninez", "garotice", "época de criança", "tempo de pequeno" (para combinar com o "estilo" do resto do texto), etc?] que ele, involuntariamente, me deu. Uma infância [de novo??? 3 vezes seguidas não é um pouco demais?] sem medo, sem grades, sem muros. [com todos os pobres, sujos e bandidos devidamente alocados nas cidades satélites, fica fácil!] Infância [o que???? 4 vezes a mesma palavram em apenas 3 orações conseguintes???] de quem cresce diante da imensidão de espaços vazios, capaz de acolher, sem violência, o vazio silencioso da natureza do cerrado. [Que horror! Parece poesia de Manoel de Barros! Na verdade é pior, por causa da repetição de palavras e idéias "vazio que acolhe vazio". Bom... pelo menos ele já desencanou de "infância"] Um espaço de olhares desimpedidos, onde os elevadores davam diretamente para as ruas. Um tempo onde ["tempo onde"???? Não seria "tempo QUANDO"??? Que eu saiba "onde" é adverbio de lugar!!!!! Será que mudaram também a classe dos advérbios na reforma ortográfica e eu não fiquei sabendo???] aprendi a beleza da igualdade e o prazer de ver todo espaço como um espaço comum. Ironia suprema: em pleno centro de decisão da ditadura, parecia possível ter uma infância comunista (ao menos no sentido de Niemeyer). Nada estranho para alguém capaz de construir um monumento que estiliza a foice e o martelo (o Memorial JK) nos bigodes dos generais da ditadura. Por tudo isso, gostaria apenas de dizer: “Obrigado, Niemeyer. Suas ideias ajudaram a moldar nossas vidas”. [Entra a música "My Heart Will Go On", com Celine Dion cantando e, em seguida, os créditos aparecem na tela. É o momento exato para deixar derramar uma lágrima. Não perca a oportunidade!]
Conclusão: Bem como seu "kompanheiro" Emir Sader, Vladimir Safatle tem um talento raro para encher páginas com letras sem que elas digam absolutamente nada. Se alguém abrir um pacote de massa de sopa em formato de letras e simplesmente jogar o conteúdo sobre uma mesa é possível que crie um texto mais criativo, invetivo e com mais informação do que os produzidos pela mente de Safatle. Os artifícios usados pelo autor são os mesmos de seu "co-irmão kamarada": justaposição de informações amplamente conhecidas pelo público com lugares comuns, chavões e clichês. O "diferencial" desse texto pode ser as tentativas de construções poéticas, mas talvez seja apenas um efeito colateral do fato de se tratar de um artigo em ocasião do falecimento do "o poeta das curvas"
3 comentários:
Escrever como se pensa já não é a melhor escolha. Quando o sujeito pensa mal, ai é ridículo. Mas mais ridículo é que tem um monte de gente que o trata como um "filósofo". Deixo aqui um link para mais algumas questões sobre este personagem: http://questoesrelevantes.wordpress.com/2014/02/21/vladimir-safatle-e-a-moral-de-ocasiao/
Escrever como se pensa já não é a melhor escolha. Quando o sujeito pensa mal, ai é ridículo. Mas mais ridículo é que tem um monte de gente que o trata como um "filósofo". Deixo aqui um link para mais algumas questões sobre este personagem: http://questoesrelevantes.wordpress.com/2014/02/21/vladimir-safatle-e-a-moral-de-ocasiao/
Escrever como se pensa já não é a melhor escolha. Quando o sujeito pensa mal, ai é ridículo. Mas mais ridículo é que tem um monte de gente que o trata como um "filósofo". Deixo aqui um link para mais algumas questões sobre este personagem: http://questoesrelevantes.wordpress.com/2014/02/21/vladimir-safatle-e-a-moral-de-ocasiao/
Postar um comentário