18 de dezembro de 2012

Escreve como pensa: Análise 001 - Emir Sader

"Escreve como pensa" é uma série com o objetivo de analisar a expressão e o raciocínio de figurões da intelectualidade brasileira. Serão dissecados textos de filósofos, jornalistas, e formadores de opinião em geral, sempre dos pontos de vista da "gramática", "coesão e coerência" e "estilo". A ideia foi inspirada pela professora Norma Braga, que certa feita idealizou o mesmo projeto, sob o nome de "Diga-me como escreves", mas infelizmente não deu continuidade. Inauguro a série com ninguém menos que Emir Sader, professor da UERJ e articulista na grande mídia.
Emir Sader fazendo "cara de coerência".

Força e fraqueza
do partido da mídia, 

[Artigo de autoria de Emir Sader, postado originalmente
em 16/12/2012, no site Carta Maior]

Muito tempo depois que a mídia alternativa já havia caracterizado a velha mídia como o partido da direita [custava muito não começar o texto já repetindo a palavra "mídia"? Essa repetição gerou uma cacofonia que quebra completamente o ritmo de leitura. Que tal substituir "mídia alternativa" por "meios de comunicação alternativos"??? O dotô Emir Sader não sabe, mas a palavra "mídia" origina-se da pronúncia saxã para a palavra latina "media" ("média") que apenas e tão somente é o plural da palavra "medium" ("médium"), com o significado de "meio", "canal de intermediação", "aquilo que leva de um para outro".] e a executiva da Folha confessasse que eles assumiam esse papel pela fraqueza dos partidos da oposição, o campo politico foi ficando cada vez mais configurado esse papel de partido político. Qualquer conjuntura política só pode ser compreendida levando em conta esse papel. [Alguém poderia me explicar por que o primeiro verbo está no Particípio Passado e o segundo no Imperfeito do Subjuntivo???][Alguém consegue me explicar o que a frase "o campo politico foi ficando cada vez mais configurado esse papel de partido político" quer dizer???]

Que vantagens e que desvantagens tem um partido-mídia? [Qual a relação dessa pergunta com o que foi dito no parágrafo anterior?? Aliás, o que foi mesmo dito no parágrafo anterior???] Valendo-se da brutal concentração monopolista da mídia brasileira, que articula jornais, revistas, rádios, TV abertas e a cabo, além de páginas de internet, possui um poder de definir as agendas centrais do país e suas interpretações. [Quem realiza a ação de "possuir"???][Esse "poder de definir as agendas centrais" (seja lá o que isso queira dizer) é uma vantagem ou uma desvantagem? Por que o parágrafo começa prometendo elucidar qualquer coisas sobre "vantagens e desvantagens", mas termina sem fazê-lo???]

No período político atual, a questão central para o partido-mídia é a desqualificação do Estado, de sua capacidade reguladora, indutora do crescimento e dos seus correlatos – partidos, política, parlamentos, com a apologia – implícita ou explícita – do mercado, como alocador de recursos. [É sério que o autor destacou um aposto com travessão dentro de um aposto destacado com travessão???][O que esse parágrafo tem a ver com o que foi dito até agora??? Aliás, o que mesmo foi dito até agora???]

Essa foi a tese central do neoliberalismo, na qual se apoiou a direita para reatualizar-se, modernizar-se, conquistar espaços e forças políticas e ideológicas nas décadas passadas. Foi essa tese que promoveu a ascensão das lideranças de Reagan, Thatcher, Felipe Gonzalez, Mitterrand, Menem, FHC, entre outros, derrotando a esquerda no debate, no momento do fim da URSS e da passagem de um mundo bipolar a um mundo unipolar. [O que o "fim da União Soviética" tem a ver com o que foi dito? Por que a União Soviética chegou ao fim? Qual a relação desse "fim" com os nomes listados? Se o autor quis estabelecer alguma relação, ficou só na vontade. Se não há relação, mas esses eventos apenas se sobrepõe temporalmente, por que foram elencados nesse parágrafo, com que objetivo???]

A desqualificação da economia planificada e centralizada, do socialismo, das organizações populares, da ideia de que as soluções para os problemas das sociedades não vem de alternativas coletivas, mas da concorrência individual, de uns contra outros, no mercado – foram corolários dessa visão de mundo, centrada no consumir e não no cidadão, na mercantilização e não nos direitos. [Eu sei que os estudantes com menor performance no campo da linguagem e expressão, quando estão se alfabetizando, cometem o erro crasso de separar sujeito e predicado com vírgula, mas eu JAMAIS tinha visto alguém cometer o erro de separar sujeito e predicado com travessão!!!!][Ademais, perceba o autor anuncia que houve uma "desqualificação" 01) "da economia planificada" 02) "do socialismo" 03) "das organizações populares" e 04) "da ideia de que as soluções para os problemas da das sociedades não vem de alternativas coletivas"; mas o que é a "ideia de que as soluções para os problemas da das sociedades não vem de alternativas coletivas", senão a desqualificação "da economia planificada" e "do socialismo"???? Parágrafo COMPLETAMENTE confuso.][A propósito, se "vem" se refere a "ideias", então precisa estar no plural: "vêm". A falta de coordenação dos plurais de uma oração é reflexo direto da falta de concatenação das ideias de quem formula a frase. O emissor não tem domínio do que está dizendo, mas tão somente reproduz um grupo de conceitos que ele escuta com frequência][Perceba ainda que ele escreveu que "A desqualificação (de A, B e C) foram". Emir Sader consegue a façanha de cometer erros dentro de outros erros. É como se fosse aquela boneca tradicional russa, Matrioshka, que dentro de cada uma há sempre outra e parece que não vai ter fim. É um fractal de erros!]

A opção do tema da corrupção [Não seria "a opção pelo tema da corrupção"???] vai exatamente nessa direção: denunciar, ao mesmo tempo, o Estado, os governos, os políticos, os partidos, a esquerda, as lideranças populares, a prioridade das políticas sociais. E, automaticamente, anistiar ou exaltar o mercado, as empresas, os empresários, os consumidores.

A vantagem do partido-mídia [Depois de 5 parágrafos ele retoma a questão das "vantagens"...] é poder falar todo o tempo, todos os dias, várias vezes ao dia, por escrito, oralmente e pelas imagens. [Ah! Então essa "vantagem" se refere às "vantagens competitivas em relação aos opositores"!! Por que não disse antes? Eu tinha entendido que eram "vantagens e desvantagens" para o país.]. Ocupa todos os espaços que pode.[Quem realiza a ação de "ocupar"? Quem ocupa todos os espaços que pode? A "vantagem" ocupa?] Os jornais tem tiragens cada vez menores, mas dão a pauta para os outros órgãos – rádios, tvs, multiplicando sua audiência. [Qual a relação dessa ideia com a ideia anterior??? Como uma ideia se concatena com a outra?? Que sentido pretende-se formar nesse parágrafo???][De que forma o fato de os jornais impressos "darem pauta" a rádio e a TV multiplica a audiência dos meios eletrônicos, uma vez que o grande público dá cada vez menos importâncias para os impressos? "Raciocínio" completamente sem sentido.]

Porem, os efeitos imediatos são ilusórios. [O que diferencia os efeitos imediatos dos não imediatos?? Os efeitos à longo prazo são "reais"??] Se conseguem acionar o imaginário de uma certa camada da população, esta é cada vez menor, de idade cada vez maior, de extração cada vez menos popular. [Qual o significado de "extração cada vez menos popular"????] Tanto assim que conseguem pífios resultados eleitorais. Conseguem queimar as imagens dos políticos em geral – não sendo poupados nem os que o partido-mídia apoia - [Mas se a mídia não poupa nem mesmo os que o "partido-mídia" apoia, o que exatamente caracteriza a mídia como um partido, se ela desqualifica integrantes de todos os partidos do espectro político??? Por um acaso seria função da mídia enaltecer políticos e partidos????], mas não conseguem traduzir isso em votos.

Políticos petistas, por exemplo, podem ser afetados, mas o Lula e a Dilma [artigo definido antes de nomes próprios????] – que personificam governos que deram certo, que aparecem para a população como os responsáveis pelas transformações positivas que o Brasil vive, não são tocados por essas campanhas – como as pesquisas da semana passada revelaram. [O autor escreveu o parágrafo e depois jogou algumas travessões e algumas vírgulas entre as palavras, como quem joga milho para os pombos]

Conclusão: o autor não escreveu um texto exatamente, no sentido de que as colocações não partem de conhecimentos dados para revelar novos conhecimentos, raciocínios ou inferências. Ele tão somente justapõe orações sem a preocupação de que tal justaposição gere sentido. A maioria das colocações se constitui de jargões e clichês (tais como "concentração monopolista", "mundo unipolar" etc), os quais recebem a credibilidade por serem incessantemente repetidos (pelo próprio Emir Sader e pelos pares dele -- todos com amplo aceso ao tal "partido-mídia"), mas não se sustentam à luz da razão, e tão somente servem para fazer desencadear emoções no receptor, de sorte que cada pessoa que lê produz um significado para si. O "texto" em si não significa basicamente nada, mas o encadeamento de clichês previamente respaldados pela repetição serve de estopim para que cada leitor realize uma remontagem das combinações possíveis das emoções previamente disponíveis no "mercado de frases prontas". Há ainda a clara incompetência do autor tanto para a pontuação quanto para seguir a estrutura sintática da língua portuguesa que, mais do que causar a falta de clareza no texto, é reflexo da própria falta de clareza mental de quem escreve. Se fosse um menino de 12 anos, seria recomendado a realização de "reforço escolar" e mais leitura, mas -- em se tratando de um professor da UERJ -- é caso sem remédio: pior para os alunos, pior para o Brasil, cuja opinião é formada por um inepto. Aliás, o desserviço que Sader presta ao reproduzir sua inépcia na mente do povo brasileiro é, para dizer o mínimo, criminoso.


10 comentários:

Abigail Pereira Aranha disse...

Se lembram daquela célebre frase de que o sistema não quer cidadãos inteligentes? Antes, "eles" impediam os pobres de terminar o primeiro grau, hoje levam semiletrados para a universidade. Antes, "eles" afastavam os pobres da leitura, hoje eles põem toupeiras para escrever os livros. Dá até pra imaginar "eles" dando aquela risada de vilão de desenho animado depois de falarem que vão dominar o mundo.

decicote disse...

Muito divertido e instrutivo.Espero a próxima analise.

Roberto Maiuri disse...

Muito bom!

Agora entendo a utilidade da "teoria" do preconceito linguístico: limpar a barra da tal intelligentsia esquerdista.

Aguardamos novas análises.

Luiz Felipe disse...

Parabéns pela iniciativa! Sugiro apenas que você tome mais cuidado com os próprios erros de português ("Ademais, perceba o autor anuncia que..."; "A proposito, se 'vem' se refere à 'ideias'..."; "A maioria das colocações se constitue..."), para que a credibilidade do seu texto seja maior.
Abraço

Pérsio Menezes disse...

Luiz Felipe, muito obrigado pelas suas observações. Realmente faltou o acento da proparoxítona "propósito" e havia uma crase empregada de forma errônea antes de "ideias". Esses pontos foram arrumados, conforme você pode conferir. Fique sempre a vontade para mandar qualquer tipo de sugestão de melhoria, o objetivo é chegar o mais perto possível da perfeição.

Octavius disse...

Pérsio, discordo um pouco das suas posições quanto à Gramática, mas não quero falar sobre isso aqui.

Só quero fazer uma pergunta: Emir Sader pensa? rsrsrsrsrs

Pérsio Menezes disse...

Mande seus comentários para persiomenezes@yahoo.com.br Vou gostar de conhecê-los.

Octavius disse...

Talvez algum dia, Pérsio. Mas, por falar em Gramática e visões de Língua, o que acha de fazer um "Escreve como pensa" do Marcos Bagno, da UnB?

Pérsio Menezes disse...

Estou escrevendo um artigo sobre Bagno. Não dá para ser um "escreve como pensa", porque Bagno não comete os erros de Safatle e Sader.

Octavius disse...

Bom, Pérsio, se quiser algumas ideias para o seu artigo, tenho um "artigo" no meu blog sobre esse senhor. Não se surpreenda, porém, se encontrar os mesmos erros de Safatle e Sader, pois quem escreve ainda está no segundo ano de curso e pretende ser bem mais coloquial do que os dois acima, rs.

Link: http://www.adtantumargumentandum.blogspot.com.br/2013/01/docencia-e-adolescencia-argumentativa.html