24 de dezembro de 2012

Escreve como pensa: Análise 002 - Vladimir Safatle (COMPLETO)


Essa é a segunda edição da série "Escreve como pensa". (Se você não sabe do que se trata, confira o texto de apresentação na primeira edição). Hoje estudaremos o estilo de Vladimir Safatle, um dos mais "nobres" integrantes da elite esquerdista que diariamente nos presta o desserviço de encher os jornais com lugares comuns, bobagens, mentiras, erros gramaticais e variações das combinações dos elementos anteriores. O "filósofo" conta com um amplo séquito de idiotas úteis que o reverenciam e babam diante de suas colocações (na verdade eles babam também quando não estão diante do pensamento safatleano). O "título-credencial" que Safatle ostenta é "Professor da Faculdade de Filosofia da USP". Uma característica única desse "pensador" é que seu pré-nome é Vladimir e ele adotou a prática de aparar os pelos faciais com o objetivo de produzir semelhança com o visual com o qual outro Vladimir, o Lenin, era representando pelo partido comunista russo. Dado esse traço de personalidade, fica fácil imaginar o que segue...

OBS.: Na análise de hoje, além das observações sobre estilo (marcadas em vermelho), acrescentei observações sobre inverdades históricas (marcadas em verde) que Safatle perpetra por uma imposição ideológica.

Vladimir "Lenin" Safatle
Oscar Niemeyer
[Artigo de autoria de
Vladimir Safatle,
originalmente publicado
em 10.12.12,
no site da
revista Carta Capital]

Aos 104 anos, faleceu Oscar Niemeyer. [Não tem erro na passagem, mas há alguns anos o centenário de nascimento do arquiteto foi amplamente coberto pela mídia, os quatro aniversários posteriores também foram noticiados. De sorte que qualquer pessoa minimamente informada sabia a idade de Oscar Niemeyer. Seria de se esperar que alguém que apresenta a credencial de "Professor da Faculdade de Filosofia da USP", começasse o texto de qualquer forma menos óbvia, menos lugar comum. Imagina se Franz Kafka abrisse "A Metamorfose" com a idade de Gregor Samsa...] Nenhum artista brasileiro foi reconhecido, de maneira praticamente unânime por seus pares em todo o mundo, como referência absoluta e incontornável. Nenhum, a não ser Niemeyer. [Duas frases para expressar uma ideia tão simples! Bastava acrescer a palavra "outro" depois do "nenhum" da primeira frase e a segunda poderia ser suprimida. Até porque a segunda frase repete a palavra "nenhum" (que já foi usada na frase imediatamente anterior) e o nome Niemeyer (que aparece duas vezes em um parágrafo tão pobre de conteúdo). Escrever é a arte de cortar palavras. Mas a escrita de Safatle é a arte de multiplicar o número de palavras, frases e parágrafos sem dizer nada] Isso não é acaso nem algo desprovido de relevância. [Quem lida com as letras aos poucos percebe que algumas palavras devem ser evitadas, sobretudo as imprecisas, tais como "coisa" e "algo". Esses léxicos sempre podem ser substituídos por outros mais diretos, que enriquecem o texto. Por exemplo, a frase "Posso lhe dizer algo?" ou "Posso dizer uma coisa" pode ser melhor dita como "Posso fazer uma sugestão/confissão/delação?" O substantivo que complementa o "fazer" já revela o caráter do que vai ser dito, o que torna o enunciado mais rico de informação. A dupla negação também deve ser evitada. "Não é irrelevante" = "é relevante". Mas no enunciado de Safatle, tais ocorrências são visivelmente fruto da falta do que dizer, então não tem como reescrever. Perceba como a frase é vaga, não possui um significado preciso. O autor não se dá ao trabalho de expor o motivo pelo qual "nenhum outro artista brasileiro foi tão reconhecido quanto Niemeyer". E assim o parágrafo termina sem ser concluído, sem completar o raciocínio (que raciocínio?)]

Não se trata de uma questão de sucesso, mas de consciência da força de sua linguagem e da originalidade de suas escolhas. [Ele continua desenvolvendo o tópico da "reconhecimento" (tópico frasal do primeiro parágrafo), portanto a quebra de parágrafo não se justifica nesse ponto][Como assim "consciência"? Não faz sentido. Entendo que ele quis dizer "reconhecimento". A palavra "reconhecimento" significa tanto "tomar conhecimento" como "atribuir valor". Ele não quis repetir a palavra, porque já tinha sido usada, mas ele é obrigado a usar as mesmas palavras simplesmente porque não está desenvolvendo o raciocínio, está indo e voltando sem sair do lugar. Então, a "estratégia" para a não repetição do termo gerou o uso de uma palavra que equivale a um dos sentidos possíveis de "reconhecimento", mas o sentido que NÃO cabe no contexto.][Do ponto de vista do significado, o que é o sucesso, senão ser reconhecido (valorizado) pelo trabalho que se realiza????] Com Niemeyer [seria impossível escrever um artigo sobre alguém sem repetir o nome da pessoa, mas foi dito tão pouco até agora e o nome do arquiteto já foi repetido 3 vezes!], o modernismo alcançou uma audácia formal, que dificilmente encontrará em arquitetos como Le Corbusier, Walter Gropius, Frank Lloyd Wright ou Mies van der Rohe. [A forma como o nome dos outros arquitetos aparece no texto não expressa nada além de uma necessidade de dar um verniz para parecer que o autor é "antenado" e "entende de arquitetura". Se a audácia de Niemeyer dificilmente "encontrará em A, B e C", então será facilmente encontrada em quem? (é a pergunta que salta à razão)][Do ponto de vista da forma, está faltando uma palavra, o complemento de "encontrará" (verbo transitivo). Ou ele escreve "que dificilmente será encontrada em arquitetos como" ou complementa "que dificilmente encontrará par/concorrência/semelhança em arquitetos como". Escrever é a arte de cortar palavras, mas não as palavras que a SINTAXE da língua IMPÕE a presença, Safatle] Ele foi aonde todos esses nomes maiores, que moldaram a nossa sensibilidade [moldaram a nossa sensibilidade???? Chavão, lugar comum, expressão vaga, sem sentido preciso], não conseguiram chegar. Sua vida longa e produtividade constante lhe permitiram ser [Reafirmo a questão das palavras desaconselháveis. Os pronomes possessivos estão entre elas, até porque em português há uma confusão entre "sua" ("de você") e "sua" ("de ele"), então observe como ficaria MUITO mais elegante se estivesse escrito: "A vida longa e a produtividade constante lhe permitiram ser"] aquele que levou o modernismo ao extremo, mostrando como poderia ser o portador de uma experiência renovada de liberdade da ideia. [What the fuck!!!! Que raios seria uma "experiência renovada de liberdade da ideia"???] Experiência ["experiência" de novo??? Acabou de dizer isso...] de reconciliação entre a clareza formal de quem seguiu à risca o ensinamento de Adolf Loos (Ornamento e Crime) [Mais uma vez uma ocorrência cuja única função é criar uma aura em torno do autor. Ele introduz uma ideia, mas não a explica, não a desenvolve. O nome de um texto do arquiteto austro-húngaro parece entre parenteses, mas o autor não constrói co-relações entre os dados novos e os que ele já havia apresentado] e a organicidade de quem procura aproximar a arquitetura da imitação da sinuosidade dos gestos humanos.

Por unir clareza e organicidade ["organicidade" (seja lá o que Safatle entenda por isso) acabou de aparecer na frase imediatamente anterior. Por que ele fica dando voltas sem sair do lugar?], suas obras conseguem o feito de ser monumentais e humanas. Mas “humanas” não no sentido daquilo que perpetua as ilusões burguesas [claro, porque se não aparecesse a palavra "burguesa" o texto não poderia ser considerado um "Safatle autentico", então é melhor metê-la no meio das outras palavras mesmo que não faça sentido algum, do que correr o risco de ter colocada a autoria do artigo em xeque] do acolhimento da intimidade da home [alguém me explica a opção por usar a palavra "casa" em inglês??? Alguém me explica o sentido dessa frase???]. Acolhimento que parece nos alienar definitivamente na crença de que nosso lugar natural é o espaço privado cheio de memorabilias [Nossa! Que coisa tosca! Guimarães Rosa e James Joyce se reviraram nos túmulos!]. “Humanas” no sentido deste desejo humano, demasiadamente humano [citação forçada de Nietzsche, necessidade de verniz intelectual] de retornar aos gestos primordiais e encontrar, neles, uma força construtiva inaudita [Desa vez, abster-me-ei dos comentários. Não me sinto à altura].

Na verdade, se uma ideia pudesse sintetizar a obra de Niemeyer, talvez fosse a ausência de medo. Nossas cidades parecem ter medo do vazio, dos espaços infinitamente abertos, da visão desimpedida, das formas improváveis que têm a força de dobrar o concreto armado, ou seja, da inventividade que parece se comprazer em negar toda a forma que se põe como necessária. [Alguém me explica do que esse cara está falando?] Niemeyer não tinha medo de nada. Quantas vezes ele deve ter exasperado engenheiros que viam suas formas e pensavam: “Mas isso não pode ficar suspenso dessa forma. [A segunda ocorrência da palavra "forma" poderia ser substituída por "jeito" ou "maneira", para evitar repetir a mesma palavra 02 vezes na mesma frase. Até porque no parágrafo o termo apareceu um total 04 vezes e no texto completo 06 vezes, além das 02 ocorrências de "formal", "relativo à forma"] Mas não é possível deixar isso em pé” [Até porque quem fazia os cálculos estruturais para que a joça efetivamente ficasse em pé eram os próprios engenheiros, então não havia mesmo porque o "desenhista" sentir medo. Toda a afirmação é um grande despautério, que brota do chavão "não tinha medo de nada"]. E pur si muove!, como dizia Galileu. [Um prédio se move??? Para aonde? Precisa dizer que a ocorrência não faz o menor sentido e visa apenas emprestar verniz de intelectualidade ao autor? Por economia, daqui para frente, nesses casos, marcarei somente NVI (necessidade de verniz de intelectualidade)]

Como se não bastasse a inventividade de sua obra e a coragem de suas escolhas, quis o destino que Niemeyer fosse a expressão artística mais bem-acabada do desejo brasileiro de modernidade. [Juscelino Kubitschek mudou de nome e agora se chama Sr. Destino] Ele ["ele", o destino????] soube dar forma ao desejo de seu país de olhar para dentro de si e romper com o que parecia aprisioná-lo em definitivo no século XIX. [o que aprisiona em definitivo o Brasil no passado não é a forma dos prédios, que na verdade não exercem influencia na sociedade (devem apenas cumprir as funções para as quais foram criadas, o que as obras de Niemeyer não fazem), mas a demagogia e o populismo da política republicana, bem como a ameaça do coletivismo totalitário que há mais 50 anos paira sobre o país]

Nesse sentido, há de se pensar em certas correlações próprias ao mundo da arquitetura [não seria "próprias DO mundo da arquitetura"???]. Como a mais pública das artes, aquela que mais claramente tem a capacidade de reorganizar a experiência do espaço, a arquitetura parece destinada a nos ensinar como o poder constrói. Não é um acaso, por exemplo, que todos os regimes totalitários tenham sempre se associado, em algum nível, ao neo-classicismo. [Sei... A exemplo de todos os edifícios neo-clássicos que pululam em Havana, Moscow, Pequim, Pyongyang etc] O mesmo neoclassicismo que coloniza nossas cidades brasileiras atuais com seus empreendimentos imobiliários saídos da cabeça de um Albert Speer [NVI][Excelente oportunidade para Safatle acrescentar um pouco de conteúdo ao texto. Ele poderia comentar brevemente aqui a obra do arquiteto do reich e tecer uma relação (seja de paralelo ou de oposição) com a obra de Niemeyer, mas parece que Safatle, apesar de já ter ouvido falar o nome de Albert Speer, não se sente confortável para redigir sequer uma linha sobre o mesmo], tropical, travestido de construtor de sonhos de opulência da elite local ["burguesia" é a assinatura e "elite" a rubrica de Safatle].

Também não é um acaso que tenha sido [como passou dois parágrafos sem falar diretamente de Niemeryer, aqui caberia a presença do nome dele, ou alguma referência do tipo "o arquiteto", "o artista", "o poeta das curvas" (só para combinar com o estilo geral do texto)] contra o ­neoclassicismo e os vínculos arquitetônicos coloniais que o desejo de modernidade dos brasileiros se afirmou. [Sim, porque  como todos sabemos  Brasília foi construída para atender a uma petição em formato de abaixo-assinado feita pelo povo brasileiro, que desejava ardentemente e com todas as forças que a capital  e conseqüentemente as decisões políticas sobre as próprias vidas  fosse transferida para lá-onde-o-vento-faz-a-curva] Nesse sentido, Brasília, a cidade que Niemeyer construiu, [Qual retardado não sabe que Brasília é uma cidade construída por Niemeyer??? Engraçado que toda vez que não precisa de explicação, ele usa um aposto para explicar, mas quando precisa ele explica] juntamente Lucio Costa, injustamente incompreendida por setores da sociedade brasileira [um desses setores que "incompreendeu" Brasília foi o povo, que sentiu na pele o custo de construção da capital, na forma de inflação], foi a expressão de que não há desenvolvimento possível sem o desejo de reinvenção de nossas formas de vida e de reorganização a partir do caráter igualitário da ideia. Durante certo tempo, tal igualitarismo conseguiu se sustentar. Até que foi definitivamente vencido pela especulação imobiliária e pelo desinteresse do poder público em sustentar tal realidade. [Sim! Um exemplo de igualitarismo! Os operários que construíram Brasília morando nas cidades satélites, deixando a "cidade de brinquedo" livre para a elite estatal contemplar a amplidão das praças de concreto. Todo mundo igual, cada qual com seu cada qual] 

Por isso, gostaria de terminar este texto com uma consideração de ordem pessoal. Vivi em Brasília durante toda a minha infância e, por essa razão, sempre quis um dia agradecer a Oscar Niemeyer pela infância [custava substituir o primeiro "infância" pelos anos que passou lá ("vivi em Brasília entre os 03 e os 12 anos)? Ou qualquer outro sinônimo: "meninez", "garotice", "época de criança", "tempo de pequeno" (para combinar com o "estilo" do resto do texto), etc?] que ele, involuntariamente, me deu. Uma infância [de novo??? 3 vezes seguidas não é um pouco demais?] sem medo, sem grades, sem muros. [com todos os pobres, sujos e bandidos devidamente alocados nas cidades satélites, fica fácil!] Infância [o que???? 4 vezes a mesma palavram em apenas 3 orações conseguintes???] de quem cresce diante da imensidão de espaços vazios, capaz de acolher, sem violência, o vazio silencioso da natureza do cerrado. [Que horror! Parece poesia de Manoel de Barros! Na verdade é pior, por causa da repetição de palavras e idéias "vazio que acolhe vazio". Bom... pelo menos ele já desencanou de "infância"] Um espaço de olhares desimpedidos, onde os elevadores davam diretamente para as ruas. Um tempo onde ["tempo onde"???? Não seria "tempo QUANDO"??? Que eu saiba "onde" é adverbio de lugar!!!!! Será que mudaram também a classe dos advérbios na reforma ortográfica e eu não fiquei sabendo???] aprendi a beleza da igualdade e o prazer de ver todo espaço como um espaço comum. Ironia suprema: em pleno centro de decisão da ditadura, parecia possível ter uma infância comunista (ao menos no sentido de Niemeyer). Nada estranho para alguém capaz de construir um monumento que estiliza a foice e o martelo (o Memorial JK) nos bigodes dos generais da ditadura. Por tudo isso, gostaria apenas de dizer: “Obrigado, Niemeyer. Suas ideias ajudaram a moldar nossas vidas”. [Entra a música "My Heart Will Go On", com Celine Dion cantando e, em seguida, os créditos aparecem na tela. É o momento exato para deixar derramar uma lágrima. Não perca a oportunidade!]

Conclusão: Bem como seu "kompanheiro" Emir Sader, Vladimir Safatle tem um talento raro para encher páginas com letras sem que elas digam absolutamente nada. Se alguém abrir um pacote de massa de sopa em formato de letras e simplesmente jogar o conteúdo sobre uma mesa é possível que crie um texto mais criativo, invetivo e com mais informação do que os produzidos pela mente de Safatle. Os artifícios usados pelo autor são os mesmos de seu "co-irmão kamarada": justaposição de informações amplamente conhecidas pelo público com lugares comuns, chavões e clichês. O "diferencial" desse texto pode ser as tentativas de construções poéticas, mas talvez seja apenas um efeito colateral do fato de se tratar de um artigo em ocasião do falecimento do "o poeta das curvas"



18 de dezembro de 2012

Escreve como pensa: Análise 001 - Emir Sader

"Escreve como pensa" é uma série com o objetivo de analisar a expressão e o raciocínio de figurões da intelectualidade brasileira. Serão dissecados textos de filósofos, jornalistas, e formadores de opinião em geral, sempre dos pontos de vista da "gramática", "coesão e coerência" e "estilo". A ideia foi inspirada pela professora Norma Braga, que certa feita idealizou o mesmo projeto, sob o nome de "Diga-me como escreves", mas infelizmente não deu continuidade. Inauguro a série com ninguém menos que Emir Sader, professor da UERJ e articulista na grande mídia.
Emir Sader fazendo "cara de coerência".

Força e fraqueza
do partido da mídia, 

[Artigo de autoria de Emir Sader, postado originalmente
em 16/12/2012, no site Carta Maior]

Muito tempo depois que a mídia alternativa já havia caracterizado a velha mídia como o partido da direita [custava muito não começar o texto já repetindo a palavra "mídia"? Essa repetição gerou uma cacofonia que quebra completamente o ritmo de leitura. Que tal substituir "mídia alternativa" por "meios de comunicação alternativos"??? O dotô Emir Sader não sabe, mas a palavra "mídia" origina-se da pronúncia saxã para a palavra latina "media" ("média") que apenas e tão somente é o plural da palavra "medium" ("médium"), com o significado de "meio", "canal de intermediação", "aquilo que leva de um para outro".] e a executiva da Folha confessasse que eles assumiam esse papel pela fraqueza dos partidos da oposição, o campo politico foi ficando cada vez mais configurado esse papel de partido político. Qualquer conjuntura política só pode ser compreendida levando em conta esse papel. [Alguém poderia me explicar por que o primeiro verbo está no Particípio Passado e o segundo no Imperfeito do Subjuntivo???][Alguém consegue me explicar o que a frase "o campo politico foi ficando cada vez mais configurado esse papel de partido político" quer dizer???]

Que vantagens e que desvantagens tem um partido-mídia? [Qual a relação dessa pergunta com o que foi dito no parágrafo anterior?? Aliás, o que foi mesmo dito no parágrafo anterior???] Valendo-se da brutal concentração monopolista da mídia brasileira, que articula jornais, revistas, rádios, TV abertas e a cabo, além de páginas de internet, possui um poder de definir as agendas centrais do país e suas interpretações. [Quem realiza a ação de "possuir"???][Esse "poder de definir as agendas centrais" (seja lá o que isso queira dizer) é uma vantagem ou uma desvantagem? Por que o parágrafo começa prometendo elucidar qualquer coisas sobre "vantagens e desvantagens", mas termina sem fazê-lo???]

No período político atual, a questão central para o partido-mídia é a desqualificação do Estado, de sua capacidade reguladora, indutora do crescimento e dos seus correlatos – partidos, política, parlamentos, com a apologia – implícita ou explícita – do mercado, como alocador de recursos. [É sério que o autor destacou um aposto com travessão dentro de um aposto destacado com travessão???][O que esse parágrafo tem a ver com o que foi dito até agora??? Aliás, o que mesmo foi dito até agora???]

Essa foi a tese central do neoliberalismo, na qual se apoiou a direita para reatualizar-se, modernizar-se, conquistar espaços e forças políticas e ideológicas nas décadas passadas. Foi essa tese que promoveu a ascensão das lideranças de Reagan, Thatcher, Felipe Gonzalez, Mitterrand, Menem, FHC, entre outros, derrotando a esquerda no debate, no momento do fim da URSS e da passagem de um mundo bipolar a um mundo unipolar. [O que o "fim da União Soviética" tem a ver com o que foi dito? Por que a União Soviética chegou ao fim? Qual a relação desse "fim" com os nomes listados? Se o autor quis estabelecer alguma relação, ficou só na vontade. Se não há relação, mas esses eventos apenas se sobrepõe temporalmente, por que foram elencados nesse parágrafo, com que objetivo???]

A desqualificação da economia planificada e centralizada, do socialismo, das organizações populares, da ideia de que as soluções para os problemas das sociedades não vem de alternativas coletivas, mas da concorrência individual, de uns contra outros, no mercado – foram corolários dessa visão de mundo, centrada no consumir e não no cidadão, na mercantilização e não nos direitos. [Eu sei que os estudantes com menor performance no campo da linguagem e expressão, quando estão se alfabetizando, cometem o erro crasso de separar sujeito e predicado com vírgula, mas eu JAMAIS tinha visto alguém cometer o erro de separar sujeito e predicado com travessão!!!!][Ademais, perceba o autor anuncia que houve uma "desqualificação" 01) "da economia planificada" 02) "do socialismo" 03) "das organizações populares" e 04) "da ideia de que as soluções para os problemas da das sociedades não vem de alternativas coletivas"; mas o que é a "ideia de que as soluções para os problemas da das sociedades não vem de alternativas coletivas", senão a desqualificação "da economia planificada" e "do socialismo"???? Parágrafo COMPLETAMENTE confuso.][A propósito, se "vem" se refere a "ideias", então precisa estar no plural: "vêm". A falta de coordenação dos plurais de uma oração é reflexo direto da falta de concatenação das ideias de quem formula a frase. O emissor não tem domínio do que está dizendo, mas tão somente reproduz um grupo de conceitos que ele escuta com frequência][Perceba ainda que ele escreveu que "A desqualificação (de A, B e C) foram". Emir Sader consegue a façanha de cometer erros dentro de outros erros. É como se fosse aquela boneca tradicional russa, Matrioshka, que dentro de cada uma há sempre outra e parece que não vai ter fim. É um fractal de erros!]

A opção do tema da corrupção [Não seria "a opção pelo tema da corrupção"???] vai exatamente nessa direção: denunciar, ao mesmo tempo, o Estado, os governos, os políticos, os partidos, a esquerda, as lideranças populares, a prioridade das políticas sociais. E, automaticamente, anistiar ou exaltar o mercado, as empresas, os empresários, os consumidores.

A vantagem do partido-mídia [Depois de 5 parágrafos ele retoma a questão das "vantagens"...] é poder falar todo o tempo, todos os dias, várias vezes ao dia, por escrito, oralmente e pelas imagens. [Ah! Então essa "vantagem" se refere às "vantagens competitivas em relação aos opositores"!! Por que não disse antes? Eu tinha entendido que eram "vantagens e desvantagens" para o país.]. Ocupa todos os espaços que pode.[Quem realiza a ação de "ocupar"? Quem ocupa todos os espaços que pode? A "vantagem" ocupa?] Os jornais tem tiragens cada vez menores, mas dão a pauta para os outros órgãos – rádios, tvs, multiplicando sua audiência. [Qual a relação dessa ideia com a ideia anterior??? Como uma ideia se concatena com a outra?? Que sentido pretende-se formar nesse parágrafo???][De que forma o fato de os jornais impressos "darem pauta" a rádio e a TV multiplica a audiência dos meios eletrônicos, uma vez que o grande público dá cada vez menos importâncias para os impressos? "Raciocínio" completamente sem sentido.]

Porem, os efeitos imediatos são ilusórios. [O que diferencia os efeitos imediatos dos não imediatos?? Os efeitos à longo prazo são "reais"??] Se conseguem acionar o imaginário de uma certa camada da população, esta é cada vez menor, de idade cada vez maior, de extração cada vez menos popular. [Qual o significado de "extração cada vez menos popular"????] Tanto assim que conseguem pífios resultados eleitorais. Conseguem queimar as imagens dos políticos em geral – não sendo poupados nem os que o partido-mídia apoia - [Mas se a mídia não poupa nem mesmo os que o "partido-mídia" apoia, o que exatamente caracteriza a mídia como um partido, se ela desqualifica integrantes de todos os partidos do espectro político??? Por um acaso seria função da mídia enaltecer políticos e partidos????], mas não conseguem traduzir isso em votos.

Políticos petistas, por exemplo, podem ser afetados, mas o Lula e a Dilma [artigo definido antes de nomes próprios????] – que personificam governos que deram certo, que aparecem para a população como os responsáveis pelas transformações positivas que o Brasil vive, não são tocados por essas campanhas – como as pesquisas da semana passada revelaram. [O autor escreveu o parágrafo e depois jogou algumas travessões e algumas vírgulas entre as palavras, como quem joga milho para os pombos]

Conclusão: o autor não escreveu um texto exatamente, no sentido de que as colocações não partem de conhecimentos dados para revelar novos conhecimentos, raciocínios ou inferências. Ele tão somente justapõe orações sem a preocupação de que tal justaposição gere sentido. A maioria das colocações se constitui de jargões e clichês (tais como "concentração monopolista", "mundo unipolar" etc), os quais recebem a credibilidade por serem incessantemente repetidos (pelo próprio Emir Sader e pelos pares dele -- todos com amplo aceso ao tal "partido-mídia"), mas não se sustentam à luz da razão, e tão somente servem para fazer desencadear emoções no receptor, de sorte que cada pessoa que lê produz um significado para si. O "texto" em si não significa basicamente nada, mas o encadeamento de clichês previamente respaldados pela repetição serve de estopim para que cada leitor realize uma remontagem das combinações possíveis das emoções previamente disponíveis no "mercado de frases prontas". Há ainda a clara incompetência do autor tanto para a pontuação quanto para seguir a estrutura sintática da língua portuguesa que, mais do que causar a falta de clareza no texto, é reflexo da própria falta de clareza mental de quem escreve. Se fosse um menino de 12 anos, seria recomendado a realização de "reforço escolar" e mais leitura, mas -- em se tratando de um professor da UERJ -- é caso sem remédio: pior para os alunos, pior para o Brasil, cuja opinião é formada por um inepto. Aliás, o desserviço que Sader presta ao reproduzir sua inépcia na mente do povo brasileiro é, para dizer o mínimo, criminoso.


20 de outubro de 2012

10% do PIB para a educação, uma péssima notícia

Aumentar os gastos com educação de 5,1% para 10% do PIB esperando que isso se reverta em uma melhora no sistema de ensino, faz tanto sentido quanto dizer ao dono do posto “Olha, eu vou passar a te pagar o dobro do que você está cobrando pelo litro de gasolina e, em contra partida, no futuro você vai me vender uma gasolina que faça meu carro andar mais com a mesma quantidade de litros".

A principal notícia dessa semana foi a de que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Deputados aprovou a elevação dos gastos com educação dos atuais 5,1% do PIB para 10% do PIB. A informação é apresentada pela mídia como uma "conquista popular", conforme você pode conferir no texto abaixo:
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Deputados deu um passo importante, nesta terça-feira (16), para criar as condições materiais para superar as deficiências representadas por um dos principais problemas brasileiros, a educação. A CCJ aprovou o projeto criando o Plano Nacional de Educação (PNE), que determina a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a área de Educação.
[...]
Lutar pelos 10% do PIB para a educação é a tarefa desta geração, disse Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), que comemorou a decisão. Renato Rabelo, presidente nacional do Partido Comunista do Brasil, destacou o papel da juventude nessa luta fundamental, e relatou a simpatia manifestada pela presidenta Dilma Rousseff na busca de uma educação de qualidade e seu entusiasmo pelo empenho da juventude nesta luta de profunda consequência para o avanço do país.
Texto reproduzido do site "Correio do Brasil", cofira o original clicando abaixo
 


Mas, quanto de verdade existe nessa história? Nenhuma verdade!!!! É tudo enganação construída peça por peça para ludibirar a população, que não tem acesso a informação e -- dessa forma -- não pode ter discernimento em relação ao que lhe é apresentado. E para perceber esse FATO, basta passar os olhos na tabela abaixo:


Perceba que países de primeiro mundo como Reino Unido, Suíça, Estados Unidos e Alemanha, que possuem excelentes sistemas de ensino, gastam MENOS com educação do que o Brasil. O caso mais explícito é o da Coréia do Sul (marcado em azul na tabela) que gasta menos com educação, mas ostenta a posição de segundo melhor sistema de educação do mundo (Ranking do PISA), enquanto o Brasil, que gasta mais, tem o pior sistema de ensino entre os 30 países do mundo que mais gastam com educação, mantendo a posição 53 no ranking mundial... Pronto, os números não mentem.

Qualquer gestor do setor privado sabe que primeiro é necessário potencializar ao máximo o aproveitamento dos recursos que já se dispõe para só então ser capaz de pleitear dos superiores ou dos financiadores recursos adicionais. Os números acima mostram que o Brasil está MUITO LONGE de estar aproveitando bem os recursos para a educação. Além disso, qualquer dona de casa sabe que um produto mais caro não significa necessariamente um produto melhor.

De onde nasceu essa sanha para dobrar o gasto com educação??? O governo deveria estar preocupado e empenhado em melhorar a educação oferecida ao povo brasileiro, mas isso daria muito trabalho e poderia levar anos. É muito mais fácil tramitar um projeto desse tipo no congresso (cujo julgamento do mensalão provou que já foi COMPRADO pelo governo diversas vezes), assim passa a impressão que o governo está trabalhando pelo "bem do povo" e, de quebra, aumenta as verbas e as possibilidade de desvio das mesmas.

O terreno foi preparado pela repetição massiva do slogan "o Brasil precisa investir mais em educação". O governo lançou a ideia, os meios de comunicação a espalharam e a população a repete em transe hipnótico zumbi. Agora, a torneira está aberta e a única alteração é que ficará mais fácil desviar verbas, uma vez que estas serão maiores.

Perceba na base do cartaz todas as entidades de "movimentos sociais" que são usadas pelo governo como interface para convencer a população de que se trata de uma demanda da sociedade. 

Uma força para o "marxismo cultural"

Há ainda outro problema adicional: o sistema de educação brasileiro está empestado de professores marxistas que disseminam ideias completamente fora da realidade para crianças que não possuem nem conhecimento, nem cultura, nem informação para julgar o conteúdo que estão recebendo. Confiram abaixo o trabalho de um doutrinador marxista capturado por um aluno com um celular.

Aos 1:10 o professor pergunta: "Vocês sabem qual foi o primeiro cara que pregou uma sociedade comunista?" E ele Mesmo responde "Jesus Cristo". Em 1:50 ele diz "Ser comunista não é querer comer criança, até porque isso é coisa do Papa", em uma total FALTA DE RESPEITO pelos próprios alunos.

Assim, está claro que o que está por trás de todo esse frisson é, na verdade, o aumento do poder de doutrinar os alunos nos moldes marxistas com o objetivo de implantar o comunismo no Brasil, segundo a estratégia traçada por Antonio Gramsci e seguida pela agenda do Foro de São Paulo.

Na república, a "verdade" é confundida com a opinião pública. É o velho ditado romano "vox populi, vox dei" levado às últimas consequências. Acontece que a opinião pública pode ser manipulada (conforme fica claro no vídeo acima). Quem detém o controle sobre a opinião pública, dessa forma, passa a deter o controle sobre a "verdade" e, consequentemente, sobre o rumo da História.

Jovem idiotizada pelo "marxismo cultural" fazendo piada com assunto sério
O antídoto é a monarquia

Em um sistema de governo monárquico, o Imperador representa o poder moderador. Ele é uma figura responsável pela nação e que goza da posição acima dos interesses partidários, das visões imediatistas. Trata-se de uma pessoa que foi educada desde a mais tenra infância para compreender as questões políticas. Portanto, a monarquia é o ÚNICO sistema de governo que pode dispor de ações tomadas efetivamente visando o bem comum e não os interesses individuais egoístas disfarçados de bem comum.


(Esse texto também foi publicado no blog Gazeta Imperial na Rede, confira aqui. Conheça o movimento monárquico brasileiro, clique aqui para ir até a primeira página desse blog)

29 de setembro de 2012

Klip.me - Google Reader to Kindle

Atenção Kindle Owners!

O Klip.me agora está enviando os feeds do Google Reader. Excelente pedida!
Klip.me - Google Reader to Kindle

10 de agosto de 2012

A técnica esquerdista da "prestidigitação semântica"

"O Prestidigitador", de Hieronymus Bosch
Toda vez que eu leio algum texto criado por uma mentalidade esquerdista, sempre me deparo com algum tipo de “prestidigitação semântica”. Ou seja, algum tipo de enganação, de imbróglio, de fraude. O “raciocínio” é montado deliberadamente, fazendo uso da má fé, para o receptor a chegar a conclusões falsas. E na maioria das vezes artifício é tão rasteiro, tão barato, que fico me perguntando porque as outras pessoas não o percebem tão claramente quanto eu próprio.

Recentemente a Carta Capital publicou um comentário sobre o massacre que aconteceu há alguns dias em um cinema americano, com o título de “James Holmes, um consumidor”. Muitos dos meus amigos, pessoas que eu consideram inteligentes, incensaram o texto, sem perceberem o truque (se as pessoas se tornassem só um pouquinho mais “semanticamente expertas”, a Carta Capital faliria). O autor construiu assim seu número de “mágica”: em qualquer narrativa ficcional, “sangue” e “sêmen” são os dois ingredientes de popularidade. Sempre foi assim, basta passar os olhos pelas páginas das “1001 Noites”; não poderia ser diferente no cinema. O texto ignora esse dado da ordem da realidade e monta um discurso que afirma haver um complô da parte da indústria armamentista, com o objetivo de monopolizar o espaço cinematográfico como forma de publicidade. Depois ele chama a “indústria cinematográfica” de “a sociedade” e chama a “indústria armamentícia” de “o mercado” e conclui com a pérola: “O atirador do Colorado não fez nada que a sociedade e o mercado não conhecessem e incentivassem.”

Outro episódio recente foi o caso da atleta grega. Voula Papachristou postou em sua conta no Twitter sobre o “Vírus do Oeste do Nilo” (uma doença originária da África transmitida por mosquitos, que este ano matou uma pessoa na Grécia e infectou outras quase 200). Ela escreveu: “Com tantos africanos na Grécia… pelo menos os mosquitos do Vírus do Oeste vão poder comer comida feita em casa”. Foi acusada de “racismo”, pelos partidos de esquerda gregos, que entraram com representação junto ao Comitê Olímpico para impedi-la de participar do evento. O comentário é sem dúvida de mal gosto, mas não fez nenhuma alusão à raça nem à cor da pele de quem quer que seja. A verdade é que foi um comentário xenofóbico, ou seja, de repulsa à presença de povos estrangeiros. Mas a xenofobia não é um comportamento que seja socialmente tão mal visto quanto o racismo. Se a acusação contra a atleta fosse de “xenofobia”, correr-se-ia o risco de que a punição fosse uma advertência, e que ela acabasse participando e, quem sabe, levado uma medalha para a Grécia. O que fazer, então? Basta chamar “xenofobia” de “racismo” e voilà! Está garantida a vitória no caso. Tanto assim que a atleta está impedida de participar do evento em Londres.

Enfim, o mundo se divide entre aqueles que acreditam que “os fins justificam os meios” e aqueles que acreditam que “os meios determinam os fins”. Mas poucos, muito poucos, conseguem perceber quando estão diante de um “meio” desonesto.

Esse texto também foi publicado no Fórum Homens Realistas

8 de julho de 2012

#iTexts, um software cliente para armazenar notícias e artigos lidos em e-readers e tablets (Parte 01)


Há muitos e-readers disponíveis no mercado. Os mais famosos são o Kindle, da Amazon, o Kobo, da Barnes & Noble, e o Reader, da Sony. Também é grande a quantidade de tablets, os principais são o iPad e o diversos aparelhos que rodam o sistema operacional Android (do Google). Esses aparelhos proporcionam muita comodidade, mas há uma gigantesca lacuna a ser explorada. Nenhum deles conta com um software para PC/Mac que gerencie o conteúdo que o usuário manda para o dispositivo; ou seja, o que o iTunes é para o iPod. Aqui, chamarei esse software de iTexts; mas é apenas um nome provisório.

Para explicar a ideia do iTexts, vou tomar como exemplo a usabilidade do Kindle. É possível mandar conteúdo para o Kindle (por exemplo) de diversas formas, dependendo do tipo de conteúdo.

01) Livros comprados na Amazon: basta comprar o livro no site da Amazon e o livro é enviado automaticamente para o dispositivo.

02) Arquivos do Word e textos criados pelo usuário: seria como que "imprimir" um arquivo do Word, mas em vez de papel, desejamos lê-lo no Kindle. Para isso, a Amazon disponibilizou o "Send it to Kindle" (http://www.amazon.com/gp/feature.html/?docId=1000719931). No PC, o usuário clica com o botão direito do mouse em um arquivo .doc e escolhe a opção "send it to Kindle", o arquivo é enviado para a Amazon que faz a conversão e envia de volta para o Kindle.

03) Artigos da web: as vezes estamos navegando e nos deparamos com um texto mais extenso. É muito mais confortável lê-lo no Kindle. É possível enviá-lo para o dispositivo a partir de extensões do navegador criadas pela FiveFilters. Essa funcção não é disponibilizada pela Amazon, mas por um grupo independente (também é possível copiar a URL do texto que se quer ler no Kindle nesse espaço (http://fivefilters.org/kindle-it/)e mandar para o aparelho.

Seria maravilhoso se fosse possível criar uma coleção de todos os artigos que já foram lidos no e-reader. Há vários dispositivos que colecionam artigos lidos, mas nenhum deles tem interface com o e-readers. O Evernote possui uma extensão para o Chrome chamado "Evernote Web Clipper" (https://chrome.google.com/webstore/detail/pioclpoplcdbaefihamjohnefbikjilc?hl=pt-BR); no qual pode-se armazenar páginas inteiras da web na conta do Evernote, e usar a ferramenta de busca do Evernote para localizar artigos que tenham uma palavra específica.

Se existisse um programa que fizesse exatamente isso que o "Evernote Web Clipper" faz e, ao mesmo tempo, enviasse o artigo para o e-reader, por exemplo, a partir de uma interface como a do FiveFilters (http://fivefilters.org/kindle-it/), seria maravilhoso. Seria como se armazenassemos no PC/Mac todos os artigos que já foram lidos e pudéssemos mandar para o e-reader apenas os que forem pertinentes naquele momento (esses aparelhos costumam ter processadores francos — pois o mais importante é que sejam leves e pequenos — e quando se coloca muitos artigos dentro deles, ficam lentos e travando). Além disso, teriamos back-up de tudo que interessa no PC, se por ventura acontecesse algum acidente com o e-reader, a informação dentro dele não se perderia.

Seria possível ainda manter as páginas convertidas para os formatos compativeis com cada e-reader (os mais comuns são .mobi e .epub) no computador do usuário e sincronizar esses arquivos com o Google Drive, o que tornaria essa "memória" disponível para o usuário onde quer que ele contasse com acesso à internet.

3 de junho de 2012

Tele-encéfalo altamente sub-desenvolvido.


Tele-encéfalo altamente sub-desenvolvido.

No twitaço de sexta-feira, entre as centenas de disparates que foram ditos, um chamou minha atenção sobremaneira. O cidadão escreveu assim: "Somente a Internet e a China para nos salvar do imperialismo americano". Ai Gzuis! Dai-me paciência, porque se me der força eu bato. Como é que uma pessoa pode ser tão burra, tão alienada, enxergar a realidade de maneira tão distorcida??? Tudo bem que opinião cada um tem uma, vivemos em uma democracia na qual é valorizada a divergência de ideias. Mas não devemos confundir divergência de ideias com o direito de disseminar mentiras e falácias. Por um acaso quem criou a Internet foi algum estado socialista? (Se bem que as crianças da Coreia do Norte aprendem na escola que quem criou a Internet foi o tal do  Kim Il-sung) Será que o acesso a informação é livre na China? Precisa ser muito inteligente para compreender que essa frase é um atentado à lógica? Google it...

28 de abril de 2012

atualização do meu status, no Facebook, de hoje

(esse texto foi uma atualização do meu status, no Facebook)


Otem, uma colega minha de faculdade, Iansã Pacheco Negrão, postou (aqui, no Faceboook) a frase: "eu tiro os óculos para desenhar. o traço dança e eu ouço a música feita de grafite e de papel". Foram os 74 caracteres mais contundentes que eu já li no Facebook. Minimalismo.
Quem conhece Iansã, sabe que essa frase revela sua alma, com uma sinceridade que tem a força de um soco. Iansã é exatamente isso: óculos, traço, música. Salvei a frase no Evernote e já li e re-li várias vezes durante o dia. Iansã não é poeta (pelo menos não oficialmente, pelo menos não que eu saiba), mas a poesia de seu post se recusa a abandonar meu coração. 

Essa intervenção deixou mais forte em mim uma inquietação que já vinha me consumindo. Eu me considero uma pessoal culta, feliz integrante de um círculo de amigos cultos, instruídos e informados. Porque então essas virtudes não estão expressas nessa ágora que é o Facebook? 

É raro alguém postar um conteúdo próprio, original, particular, que revele um mínimo que seja da personalidade de quem postou. As pessoas ficam se escondendo por trás de frases de autores famosos copiadas da internet, imagenzinhas copiadas da Internet, artigos jornalísticos copiadas da internet, vídeos copiados da Internet; e acima de tudo se escondendo por trás do clique no "compartilhar". É uma mixórdia de compartilhamentos das mesmas ideias, dos mesmos assuntos, das mesmas opiniões sobre os mesmos assuntos que abordam sempre as mesmas ideias. Os mesmos, os mesmos, os mesmos. 

Abro a time line e chove um festival de apoio, solidariedade, comoção: “Pinheirinho”, “Cotas Sim”, “Pataxó Hã-hã-hãe”. Todo mundo participando, todo mundo engajado, todo mundo unido na construção de um mundo melhor: um mundo onde não há divergência de opinião, não há debate, não há posicionamento, mas tão somente uma corrente modorrenta de lugares comuns.

Como eu gostaria de saber o que aquele meu amigo pensa, por que ele defende o sistema de cotas, a opinião dele sobre a relação do sistema de cotas com o projeto de país que nós — enquanto cidadãos — estamos construindo. Mas essa informação não surge, o particular não surge, não surge o indivíduo por trás do compartilhamento. Só a massa homogeneizada pelo pensamento dominante.

Seria medo de se expor? Seria falta de capacidade argumentativa? Seria preguiça? Não estou me colocando contra a copia ou compartilhamento, estou me colocando contra a redução de uma fantástica ferramenta de comunicação a uma experiência no mínimo enfadonha, a restrição da conversa à reafirmação do fluxo. Foi nesse sentido, Luciano Barreto de Matos, que eu postei pra você há algum tempo atrás: o problema não está no suporte, está no conteúdo, ou na falta dele.

14 de março de 2012

Salário Mínimo, uma reflexão

Este texto é dedicado ao amigo Felipe Altamir
quem mantem, noYoutube, o NotaLibertária



A população iletrada, na verdade a população de uma forma geral vê um anuncio de aumento do salário mínimo como um ato de caridade por parte do governo. Contudo, quem emite esse parecer ignora os mecanismos que regem o estabelecimento do valor do salário mínimo, bem como não tem em mente que as consequências de um aumento que desrespeite esses mecanismos seriam ainda mais nefastas do a pobreza em que acreditam estar acorrentados como consequência de ser mantido baixo o índice chamado de “salário mínimo”.

Dinheiro nada mais é do que uma forma de mediar trocas, com base na “credulidade média” que se tem na coletividade a qual essas trocas estão submetidas. Não é possível obrigar ninguém a “crer” no que quer que seja (embora seja possível obrigar a afirmar que crer, mas isso não vem ao caso, porque afirmar que crer não é crer). Por causa disso, em um mundo no qual a escravidão é considerada inaceitável, o modelo de livre mercado é o único que pode funcionar, visto que é único que reflete a liberdade de ação conferida pela sociedade aos indivíduos. Em sociedades, como a grega e a romana, nas quais a cadeia de produção se assenta em cima do trabalho escravo não existem questões econômicas, existe a necessidade do estado de conquistar mais territórios e mais mão de obra escrava para manter o sistema funcionando.

A consequência direta da abolição da escravatura é a adoção do livre mercado. A consequência direta da adoção do livre mercado é a ação da chamada “lei da oferta e da procura”, na qual o valor dos produtos, bens e serviços é flutuante e dado em função da própria utilidade que esses produtos, bens e serviços representem para a sociedade.  Assim, fica claro que a consequência direta da “lei e da oferta e da procura” é que o valor da remuneração de cada indivíduo será determinado pelo “quantum” de utilidade que este for capaz de representar para a sociedade, porque sua utilidade entra no sistema como qualquer outro elemento passível de troca.

Quando o governo estabelece um valor para o salário mínimo, ele (o governo) está, na verdade, determinando que todos os indivíduos cuja capacidade de colaboração represente para a sociedade menos do que do que o fixado pela lei sejam excluídos do sistema. Quanto mais alto for o valor estabelecido, quanto mais indivíduos ficarão excluídos do processo de produção e consumo, ou seja: desemprego. Assim, embora as massas não compreendam, é pouca ou nenhuma a autonomia que um governo tem para aumentar a remuneração de uma coletividade, porque se o valor estabelecido pelo governo for superior ao valor que aquele tipo de colaboração gera como contrapartida para o sistema de produção e consumo, até mesmo o emprego, que é a fonte de remuneração (ainda que baixa em relação á pretensão do próprio indivíduo), vai deixar de existir.

A existência de um índice chamado “salário mínimo” gera um impacto subjetivo nefasto na sociedade, porque gera uma ilusão de normatização que é completamente artificial. Diante do índice, os indivíduos olham para ele e passam a viver em subordinação a ele. Ou seja, para galgar um padrão de vida mais confortável (que é o que todo ser humano deseja) o cidadão deixa de lado os agenciamentos que efetivamente poderiam aumentar o valor de utilidade que ele, enquanto individuo, representa (ou seja: a criatividade, a inventividade, a capacidade de inovação, a capacidade de aprender mais, de se sofisticar, de deixar de ser mais um, de se destacar da massa) e usa sua capacidade de raciocínio para entrar cada vez mais fundo na “manada” que pressiona em coro o governo pelo “aumento do salário mínimo”.

Todas as vezes que tento conversar com indivíduos da base da pirâmide social sobre política, o assunto descamba inevitavelmente para a questão do “salário mínimo”. A representação política é escolhida e validada em função do que estes (os representantes) declaram sobre o salário mínimo. Não importam as colaborações que um governo faça em relação à melhoria do sistema de ensino, iniciativas de capacitação, criação de cursos profissionalizantes, a aprovação e desaprovação giram em torno do movimento do índice “salário mínimo” (Sinto vontade de perguntar: “mas quem está te obrigando a ganhar apenas um salário mínimo”?). O que demonstra que, sob a égide de estar corrigindo distorções nas relações de trabalho, o governo está na verdade privando os indivíduos de reagirem às circunstâncias às quais estão submetidos.


Direito de resposta


Um site de notícias baiano publicou recentemente uma entrevista com o atual Diretor da SUCOM, o Sr. Claudio Silva, na qual o entrevistado tenta desqualificar o movimento popular que se opõe as barbaridades realizadas pelo atual prefeito de Salvador, o Sr. João Henrique Barradas Carneiro. Um dos integrantes do movimento Desocupa entrou em contato comigo para que eu escrevesse uma resposta às colocações feitas na entrevista. Inicialmente recebi com certo desconforto a tarefa nada inspiradora de responder ao diretor da SUCOM -- sou partidário de Oscar Wilde que diz: “escolho meus amigos pelo caráter, meus companheiros pela aparência e meus inimigos pela inteligência”. Para mim, responder a colocações tão infelizes era meio que “chutar cachorro morto”. O (Al) Corão ensina que “o silêncio é a única resposta que o tolo merece”. Mas não foi me solicitado o silencio e sim um encadeamento lógico de palavras. Assim, mesmo diante do desestímulo, produzi o que segue. O texto não foi oficializado como a resposta do Desocupa, por ter sido considerado “pouco institucional”. Reproduzo a resposta que redigi no meu blog para torná-la pública e chamar a atenção para a “local simbólico” que habita as ideias de determinadas pessoas, na qualidade de representantes do Estado. Clique aqui par ler á íntegra da entrevista.

Prezado Diretor da SUCOM:
Sr. Claudio Silva,

O senhor Nos chamou de “jovens inocentes”. Estamos nos manifestando para informar que nós aceitamos a alcunha. Sim, somos inocentes! Somos inocentes porque nos recusamos a aceitar o desvio como norma, a transformar o erro em modus operandi. Somos inocentes porque acreditamos em princípios, em ética, na democracia regida por leis e no inalienável valor de igualdade entre os homens.

Somos jovens, de todas as idades, inocentes, idealistas e sonhadores; embora saibamos que é preciso estar muito acordado pra ser capaz de sonhar com uma cidade na qual o ordenamento do uso do solo não esteja dado em função do enriquecimento de uma minoria, que ignora a legislação, na certeza de que o mau funcionamento da máquina jurídica garantirá a impunidade.

Não só somos inocentes, como também somos educados, cultos e temos o discernimento (que talvez lhe tenha faltado) para perceber que um funcionário do Estado que tem a pachorra de declarar, em uma entrevista a um órgão de imprensa, que o cidadão para quem ele trabalha é dotado de “malandragem” definitivamente não pode estar alinhado em defender os interesses de quem ele chamou de “malandro”. Apesar de sermos inocentes, não vamos fingir que não vimos que o senhor se referiu ao povo baiano nesses termos. Somos inocentes, mas não podemos aceitar uma política pública que nada mais é do que o reflexo desse pensamento de que o cidadão baiano deva colocar-se em subserviência absoluta a quem “chega de navio”. Não importa de que forma o senhor chegou a tais conclusões, camarotes não podem ser tratados como política de segurança pública. E, se o Estado (caso o senhor não tenha se apercebido, seu cargo confere à sua fala o caráter de oficial) identificou a necessidade de proteger o cidadão de malfeitores, que essa proteção seja oferecida para todos os cidadãos de bem, sem distinção, e não somente para meia dúzia de favorecidos; principalmente se o critério de seleção for o fato dos escolhidos terem “chegado de navio”. Aliás, a despeito do que o senhor possa ter apreendido dos fatos da ordem da realidade, navios são tão somente um meio de transporte, assim como qualquer outro. Eles (os navios) não têm a capacidade -- ou, pelo menos, não deveriam ter -- de conferir qualquer atributo especial que qualifique uma pessoa a ser protegida pelo Estado.

Somos inocentes porque reafirmamos a soberania do povo baiano. Soberania que foi conquistada a preço do sangue de muitas lutas. Somos inocentes porque acreditamos que a função dos representantes do Estado é unir e coadunar o povo em torno de seus valores, cultura, tradição e História. Não podemos aceitar um modelo de gestão que crie categorias diferentes de cidadãos, separados, classificados e ordenados pela quantidade de dinheiro que cada um dispõe para pagar por serviços cuja razão de ser do Estado é assegurá-los a todos sem distinção. Gestão que cria ainda mais cisão em um tecido social já tão corroído pelo destrato e desamparo para com aqueles cujo suor ajudou a construir a riqueza do nosso Estado.

Somos inocentes porque continuamos acreditando no estado democrático de direito, mesmo diante das vistas grossas que a máquina jurídica tem feito ao desfile de irregularidades relativas ao manejo do espaço urbano, incluindo aí a destruição das últimas áreas de Mata Atlântica da cidade: perda irreparável de um patrimônio que pertence à sociedade.

Por falar em sociedade, entre as muitas colocações desafortunadas que o senhor fez na entrevista ao www.bahianoticias.com.br, houve a acusação de que o Desocupa estaria promovendo a ruptura do pacto social. Somos inocentes o suficiente para responder a essa colocação, mesmo sabendo se tratar de mero sufismo. Ao contrário do que o senhor possa dizer, o Desocupa nasceu da constatação de que o pacto social tinha sido rompido não uma, mas diversas vezes, por parte dos que promoveram e/ou permitiram o desrespeito às leis para beneficiamento próprio.

Por fim, não podemos deixar de pontuar outra colocação do senhor, que dizia que o movimento em Salvador deveria chamar-se “Ocupa”, como aconteceu nas demais cidades do mundo inteiro. É nosso sonho acompanhar o mundo e sugerir a ocupação do espaço público pela sociedade civil organizada. Contudo, em Salvador, o espaço público já estava ocupado por camarotes, obras ilegais e demais irregularidades. Acreditamos que o senhor, na qualidade de diretor da SUCOM, deva conhecer a impossibilidade de dois corpos ocuparem o mesmo espaço. A dinâmica particular da capital baiana conferiu ao movimento a necessidade de desocupar para depois ocupar. Portando, não é nada pessoal, só uma questão de física mesmo.

Assim, Senhor Diretor da SUCOM, expostas nossas questões, e, sendo ponto pacífico que somos inocentes, damos continuidade ao debate (sim, ele já começou) e devolvemos a palavra ao senhor, para que nos responda: 

quem são os culpados?


12 de março de 2012

PDDU assassino do prefeito João Henrique

E você que achava que Toinho Malvadeza era malvado, conheça Joãozinho Malvadeza, totalmente desprovido de dó, piedade e ética! O texto que segue não foi escrito por mim. Encontrei-o em um grupo de discussão sobre as políticas públicas para a cidade de Salvador. Ou melhor, sobre a ausência delas. Para participar do grupo é preciso ter uma conta no Facebook. Reproduzo este texto, de autoria de Rogerio Horlle, por reunir um apanhado de informações que chamam a atenção para a pior ameaça que a cidade de Salvador já enfrentou, desde sua fundação: o prefeito João Henrique.

Aqui o grupo: http://www.facebook.com/?ref=logo#!/groups/movimentodesocupa/
Confira aqui a censura sobre as informações que revelam o que a prefeitura anda fazendo com a cidade.
(clique na fot para ampliá-la)

Esta região está sendo alvo da maior devastação que o mercado especulador pratica nesta capital. Desde a votação do PDDU 2008, eles estavam planejando fazer uma cruz entre o Losango dos Bilhões, que fica entre as Av. Paralela e a Orla Marítima-Otavio Mangabeira e as transversais: Av. Pinto de Aguiar e Orlando Gomes. Exatamente no meio desta área, eles estão construindo a tal de Av. Tamburugy (que vemos nesta foto) que vai ligar a Paralela até a Orla, saindo junto do shopping Paralela.

Da mesma forma estão devastando a Mata Atlântica desta região para cortar uma nova e assassina Av. Atlântica, que fica entre a Paralela e o Orla. Esta é mais criminosa que a outra, pois vai passar por dentro do Parque Pituaçu e no meio de outro parque -- ainda não delimitado pela prefeitura. O parque do Vale Encantado, repleto de lagoas e APP's, possui a presença de animais em extinção, como o ouriço preto e o tamanduá mirim. Se conseguirem executar estas duas avenidas, terão acabado com 90% das reservas do bioma Mata Atlântica em Salvador, ferindo totalmente as leis federais.

As consequências serão terríveis, pois estes dois parques são um "piscinão natural" para drenagem dos quatro rios que cortam esta bacia hidrográfica – Jaguaribe, Passa Vaca, Mocambo e Trobogy – até chegar ao mar. Sem este sistema natural, quando vierem as chuvas mais fortes, a vazão será fortíssima e vai arrebentar com todos os condomínios que estão pelo caminho! Uma vergonha que deve ser combatida por todo cidadão de bem desta capital. Ainda há tempo, mas precisamos nos mobilizar!

Só citar um exemplo dos absurdos nesta região: observe nesta foto do shopping Paralela e vemos uma Torre de Refrigeração do shopping na curva do retorno que da acesso a esta nova Av. Tamburugy; existe um TAC (termo de Acordo entre a prefeitura e os donos do shopping - que já mudou de dono - o antigo pulou fora!) para que este empreendimento comercial fosse liberado na Mata Atlântica que ali existia. Foi assinado um acordo entre a SUCOM e a CAPEMI, para que esta torre fosse removida dali e isso NUNCA foi cumprido! Está ali atrapalhando a curva. Qualquer urbanista sabe que não pode permanecer naquele local. Do outro lado do shopping, quem vem da Pituba, entre um posto de combustível e o shopping os empreendedores precisam que construir uma Ponte para completar a Via marginal à Av. Paralela, para não impactar no transito de velocidade; Mas NADA de ser construída, pois esta Contrapartida custa mais de 15 milhões de reais e terá que ser construída em cima do rio Trobogy que passa ali juntinho do shopping. É tanta irregularidade nesta região que dá vontade de chorar de raiva. Coisas da nossa prefeitura. Coisas da Sucom.

Esta Av. Tamburugy já foi embargada pelo IBAMA três vezes entre 2009 e 2011 e a prefeitura descumpre os embargos, pois não está nem ai para o cumprimento das leis federais na Paralela. A Resolução Conama 237/97 exige que construção de rodovias de três pistas de rolamentos precisam de um EIA (Estudo de Impacto Ambiental) prévio, ANTES de qualquer obra! Só que os secretários municipais (da Sucom, Sedham e SMA) TEIMAM em liberar alvarás sem Licença ambiental alguma nesta região da Paralela.

Vocês sabiam que a prefeitura de Salvador NUNCA exigiu um EIA de nenhuma obra na Paralela, mesmo sabendo que tem florestas de Mata Atlântica em toda esta região? O Parque Ecológico do Vale Encantado de Patamares, recém-criado no PDDU de 2007 e decretado pelo Prefeito João Henrique no mesmo ano, é uma área de preservação superior a 2.000.000 m2. Esta área garantirá a perpetuação da flora e fauna que reside e se reproduz em Patamares. O Vale Encantado é composto pelas nascentes dos rios Passa Vaca e córregos perenes e afluentes do rio Trobogi, sendo considerada a maior área de drenagem ainda natural da Cidade de Salvador.
Jornal Bahia Noticias
Samuel Celestino 02/07/2009
PROMOTORA TENTA PRENDER SECRETÁRIO ABREU
Um forte desentendimento que pode dar margem a uma escalada de fatos incivilizados e inaceitáveis aconteceu na manhã de hoje, na via coletora Paralela-Patamares que a Prefeitura Municipal está construindo. Uma promotora pública, que revelou apenas seu primeiro nome, Hortênsia, acompanhada de policiais armados e de técnicos do IMA -- Instituto de Meio Ambiente do Estado, antigo CRA, presidido por Beth Wagner, deu ordem de prisão ao Secretário Municipal de Habitação, Antônio Abreu, que ordenava as obras de aterramento de alagamentos ao longo da via em construção, munido de um mandado de segurança concedido pelo juiz Everaldo Amorim, da 8a. Vara de Justiça. O juiz considerou os alagamentos focos de dengue. Mesmo assim, a promotora desrespeitou a segurança concedida, ao invés de tentar cassá-la, como é o procedimento correto e, diante da resistência, deu voz de prisão ao secretário considerando a sua autoridade maior. Um policial retirou o revólver do coldre e outro ficou com um fuzil em punho. Depois de muita discussão, e um telefonema disparado pela promotora, ela serenou e voltou atrás, mas recolheu as carteiras de motorista dos caçambeiros e prendeu os veículos. O secretário de Habitação saiu do local com muita dificuldade, argumentando que a atitude não era correta por se tratar de uma decisão da Justiça.
Secretario ANTÔNIO ABREU É ACIONADO POR DANO A UMA LAGOA
Foto: Bahia em Pauta
Antônio Abreu indiciado por improbidade, ao lado do superintendente do Meio Ambiente (SMA ) Luiz Antunes Nery
O superintendente municipal de Meio Ambiente, Luiz Antunes Athayde Andrade Nery, e o ex-secretário de Habitação de Salvador, Antônio Eduardo dos Santos Abreu, foram indiciados judicialmente pelo Ministério Público (MP-BA) por improbidade administrativa. Segundo a ação, eles permitiram o aterramento de uma lagoa situada no Parque Ecológico do Vale Encantado, no bairro de Patamares, em junho de 2009. O processo pede que ambos paguem aos cofres públicos a multa de R$ 2 milhões aplicada pelo Ibama ao município, em função do dano ambiental ocorrido no parque que é Área de Proteção Permanente (APP). O MP-BA pediu também que os dois percam seus direitos políticos e fiquem impedidos de serem contratados pelo poder público ou de receber incentivos fiscais. A promotoria quer ainda que o superintendente de Meio Ambiente seja demitido. O caso veio à tona no dia 12 de junho de 2009, quando moradores do local denunciaram à imprensa e à polícia que a Construtora Realeza aterrava a lagoa. Informações do Jornal A Tarde.
Depois deste breve histórico de uns, entre quase uma centena de graves danos ambientais que a prefeitura TEIMA em liberar na região da Paralela dou algumas soluções que estes casos exigem: que nós do Desocupa participemos ativamente da cobrança dos resultados acerca dos mais de 50 Inquéritos civis e criminais dos MP's estadual e federal (em curso) somente pertinentes aos crimes ambientais desta região protegida por leis federais. E cobrarmos o Judiciário, que tem em seu colo (ou melhor, dormindo nas prateleiras) mais de vinte Ações cíveis e criminais por estes danos ambientais - os juízes não despacham, os cartórios não citam as partes, e vai se alongando o processo, enquanto as motosserras não param um minuto de cortar nossas matas para construção de espigões de concreto; e mais concreto e mais concreto; ate que a natureza se VINGUE!!

11 de março de 2012

Faça o que digo, não faça o que eu faço


A ministra Ana de Holanda não quer que os cidadãos brasileiros lacem mão, façam uso particular, modifiquem, editem (alterando o formato original no qual a obra foi criada), reproduzam, copiem ou colem em seus blogs materiais criados por artistas e/ou intelectuais ligados às oligarquias da industria cultural, publicados nos meios de comunicação empresariais que, pela lei detêm os direitos de uso e reprodução dessas obras. Ela acha errado.

E, para provar que tem razão, ela lançou mão, fez uso, modificou, reproduziu, editou (retirou as partes que criticavam o governo Lula), copiou e colou no site do Ministério da Cultura um texto escrito por Caetano Veloso e publicado no Jornal O Globo, cujo conteúdo é fechado e protegido pelos direitos autorais:
http://www.cultura.gov.br/site/2011/02/07/pontos-teimosos-caetano-veloso/

Brasil pagando mico mundial:
http://thenextweb.com/la/2012/03/11/googles-reaction-leads-brazils-royalties-collection-agency-to-back-down-claiming-error/

#NãoEhPiada #VergonhaDeSerBrasileiro #AcordaBrasil

Aqui um depoimento de um artista/músico/compositor de como ele foi tratado pelo ECAD:


Aqui uma paródia feita a partir de outro cagaço de Ana de Holanda, a liberação de R$1,3 milhão de real para ajudar a coitada da Maria Betânia criar um blog:


"Esqueça sua mãe que morreu 
porque não foi atendida no hospital.
Ou seu filho que foi para o tráfico
porque não teve ensino fundamental.
Esqueça a casa que você perdeu
por causa da chuva.
Deixa a chuva lavar sua alma."

Direito de pedir, obrigação de negar:




Finalmente alguns vídeos musicais de minha predileção. Estou postando e pedindo: ECAD, me processa.






7 de março de 2012

Outra proposta, o #NormaTEL

O #NormaTEL é um conjunto de ideias que criam regras e serviços para gerir e melhorar a relação entre consumidor e empresas através dos meios virtuais como internet e telefone, com vista a tornar o atendimento mais eficiente e satisfatório para os consumidores, bem como assegurar aos consumidores do serviço de telefonia que não sejam importunados nem tenham sua paz espiritual violada, quando não desejarem.

Como as propostas terão graus diferentes de resistência por parte das empresas, serão separadas para facilitar a implantação de cada uma delas.





#NormaTEL_01
(Dos números de atendimento direto)


É sempre a mesma coisa. A pessoa liga para uma empresa telefônica pra se informar sobre o assunto específico e é obrigada a escutar um robô falando uma um irritante menu com uma infinidade de opções. Existe uma lei da Anatel que obriga as empresas a oferecerem a possibilidade de falar com um ser humano na primeira lista de opções, mas empresas como a “Oi” não respeitam essa lei e não recebem nenhum tipo de punição.

O #NormaTEL_01 propõe que as empresas criem números de telefone específicos para cada opção desse menu que hoje é falado. E a lista desses números esteja disponível em local de destaque no site da empresa.

Digamos que o telefone de atendimento de uma empresa hipotética “EH” seja:

0800-995599

Seriam acrescidos três zeros no final do telefone. Então seria criado o número:

0800-995599-000

que funcionaria da forma com é hoje, com uma lista de opções audíveis para o usuário escolher. Contudo,  e no site da empresa apareceria uma lista no seguinte formato:

0800-995599-000 Telefone principal com menus audíveis
0800-995599-001 Questões de pagamento
0800-995599-002 Suspensão do serviço
0800-995599-003 Informações de custos
0800-995599-004 Serviço à cabo
0800-995599-005 Usuários móveis
etc

Ou seja, o usuário só precisaria ouvir o menu se não estivesse de posse da lista. Perceba que o acréscimo de três dígitos é suficiente para criar 999 telefones diretos. Uma iniciativa simples, que não envolve nenhuma complexidade técnica e facilitaria a infinitamente a vida do cidadão. Onde estão os deputados que ainda não pesaram nisso?




#NormaTEL_02
(Da criação da Orgatel e do banco de dados de atendimento)

Aqui vamos um passo além no mesmo objetivo de facilitar o acesso do consumidor ao que realmente lhe interessa. Seria criado um órgão subordinado à Anatel (chamado aqui hipoteticamente de Orgatel) com a atribuição de criar e gerir um sistema assim:

Todas as empresas do tipo: 
                                                    - Empresas telefônicas
                                                    - Televisões a cabo e demais serviços de comunicação
                                                    - Bancos
                                                    - Planos de saúde
                                                    - Correios
                                                    - etc

Começariam a integrar o sistema do Orgatel. Essas empresas se comprometeriam em gerar e manter atualizado um banco de dados de todos os números de telefone e endereços de e-mails disponíveis para o cidadão se comunicar com elas (incluindo os telefones diretos propostos na #NormaTEL_01). Esse banco de dados estaria disponível no site da Orgatel e em programas criados pela Orgatel para Windows, Linux e Mac, além de aplicativos para smartphones e tablets que rodem iOS, Android e Windows. Esse programa seria uma interface organizada e padronizada da apresentação desse banco de dados.

Digamos que um portador de um aparelho Android precise falar com o gerente de sua conta. Ele abre o aplicativo da Orgatel, escolhe “bancos”, escolhe o banco do qual e cliente. Digita o código de sua agência, e o aplicativo fornece todos os números telefônicos da agência, os e-mails (se disponíveis), o endereço físico da agência, o horário de funcionamento, bem como os contatos relativos ao banco da qual ela faz parte: SAC, ouvidoria, etc (Com a opção de ir para o número direto explicado no #Normatel_01). O usuário só precisaria clicar no botão ao lado do número para começar a ligação.

Para planos de saúde, o usuário poderia digitar o número do seu plano e escolher entre as informações dos números diretos (Conforme #NormaTEL_01) ou o campo para digitar a especialidade médica da qual ele precisa e a cidade na qual ele se encontra. O programa então listaria os números telefônicos de todas as clínicas que atendessem aquela especialidade pelo plano usado. No caso de smartphones e tablets, o usuário nem precisa informar a cidade, porque esses dispositivos contam com GPS que diz ao aparelho onde o usuário está. Perceba que os planos de saúde já entregam livros impressos com esses números telefônicos, a ideia é só tornar mais pratico oferecendo essa mesma informação em formato digital. Os aplicativos para smartphones possibilitariam que o consumidor tivesse esses números sempre em mãos, mesmo que não estivesse de posse do livreto fornecido pelo plano de saúde.

Para empresas de telefone, os resultados seriam os números de atendimento (SAC, Ouvidoria, e demais números do #NormaTEL_01), mas uma lista do telefones (se disponível) e endereço das lojas e pontos de atendimento físicos.

A criação desse serviço centralizado por parte na Orgatel não impediria que as empresas oferecessem seus próprios softwares e aplicativos, mas pelo serviço da Orgatel a informação seria apresentada de forma padronizada, com vista a facilitar e acelerar a obtenção da mesma.



#NormaTEL_03
(Da normatização dos serviços de telemarketing)

Esse é o item que mais ofereceria resistência por parte das empresas. Quantas vezes você não já passou pela situação de estar tranquilo vendo TV ou lendo, o telefone toca, você atende e é um operador de telemarketing falando gerundês e tentando empurrar um produto/serviço pelo qual você não tem o menor interesse? O Distrito Federal proibiu essa prática, mas as empresas não permitiram que essa lei fosse adotada nos estados alegando que isso causaria a destruição de postos de emprego (dos operadores de telemarketing). Eu não acho que a manutenção de postos de emprego seja um argumento irrefutável para justificar qualquer coisa e acredito que tenho o direito de não ser importunado em minha própria casa.

Assim, o #NormaTEL_03 propõe que seja criado um cadastro das pessoas que estão disponíveis para receber esse tipo de telefonema. O detentor de qualquer linha telefônica ligaria para um número (digamos 0800-999999) e, após ouvir uma gravação, sua linha passaria a estar incluída no mailing list das empresas de telemarketing. Se em qualquer momento o usuário decidisse ter de volta sua paz espiritual, bastaria ligar para outro número (digamos 0800-999991) e as empresas teriam 7 dias corridos para cessarem de importuná-lo.




#NormaTEL_04
(das penas e sanções para empresas que desrespeitem o consumidor)

Diz respeito à criação de punições e indenizações por danos e importunação causados por empresas através do atendimento por telefone. Hoje, se você tem um problema com uma empresa, você pode ligar para a Anatel e formular uma reclamação. A empresa reclamada tem um prazo para entrar em contato com o reclamador, mas não há nenhuma lei que obrigue a empresa a RESOLVER a questão. Se o reclamador não ficar satisfeito com o contato da reclamada ele tem a opção de ligar de volta para a ANATEL e prestar nova queixa. A empresa reclamada só precisa fazer novo contato com o reclamador e a questão é de novo marcada como encerrada nos bancos de dados da Anatel. O #Normatel_04 propõe o estabelecimento previsto em lei de penalidades e sanções à empresas que não resolvam as questões.

Outro ponto é o tempo de espera máximo para o atendimento por telefone, no modelo do que já é praticado nas filas de bancos. Há leis que estabelecem o tempo máximo que um cliente pode esperar na fila de um banco e faz-se necessário a normatização da espera em linha, que não deixa de ser uma fila. Com o objetivo de acabar com a situação na qual um cliente pode ficar 10, 20, 30 minutos ouvindo música por telefone aguardando para ser atendido.




#NormaTEL_05
(Do cadastro de lista negra)

Ao pagar para adquirir e manter uma linha telefônica, o consumidor tem todo direito de torná-la canal de comunicação apenas para quem for de seu interesse. Hoje, uma linha de telefone é uma porta aberta para qualquer um que queira importunar, passar trote, vender, etc. A #Normatel_05 propõe obrigação de todas as empresas de telefonia de oferecer um serviço (tais como os serviços de secretária eletrônica, multicamada, etc.) que permita ao usuário bloquear as ligações realizadas a partir de determinado número. Se um usuário está recebendo ligações inoportunas, basta ele identificar o número e discar do seu aparelho (digamos) 000-000-000-2323-7878 e, automaticamente, ele bloqueia a possibilidade do número 2323-7878 entrar em contato com ele novamente. Não existe nenhuma dificuldade técnica que impeça as operadoras de telefone de oferecerem esse serviço, de modo que é um desrespeito com o consumidor o fato de ainda não o oferecerem.





E você?

Está satisfeito com a(s) sua(s) linha(s)? Com os serviços prestados pelas empresas? Com a forma como vem sendo tratado por elas? Participe! Mande sugestões. Divulgue o #NormaTEL e ajude essas ideias a virar lei.







Conheça também outra proposta minha, o #VotoDual