10 de janeiro de 2013

Quem está por trás de Salim Lamrani?

Hoje vamos fazer um estudo sobre o texto "Quem está por trás de Yoani Sánchez?", assinado por um jornalista francês de nome Salim Lamrani, que foi traduzido e reproduzido em diversos sites da mídia camarada brasileira, entre eles o Brasil de Fato. Mesmo não sendo material novo, achei interessante fazer a análise, pois esse artigo é um bom representante do modus operandi dos esquerdopatas. Segue abaixo o original em cinza, com os comentários em vermelho.

Salim Lamrani
Yoani Sánchez, famosa blogueira de Havana, é uma personagem peculiar no universo da dissidência cubana. Jamais nenhum opositor se beneficiou de uma exposição midiática tão massiva e nem de um reconhecimento internacional de semelhante dimensão em tão pouco tempo. Após emigrar para a Suíça em 2002, decidiu retornar a Cuba dois anos depois, em 2004. Em 2007, adentrou o universo da oposição em Cuba ao criar o blog Generación Y*, tornando-se uma detratora ferrenha do governo de Havana. Jamais nenhum dissidente em Cuba – quiçá no mundo – conseguiu tantas premiações internacionais em tão pouco tempo, com uma característica particular: tais prêmios deram a Yoani Sánchez dinheiro suficiente para viver tranquilamente em Cuba o resto de sua vida. [Até porque, conforme será revelado no próprio texto, Cuba é um país de miseráveis, toda a população é muito pobre, portanto não é preciso muito dinheiro para "viver tranquilamente" lá.] 

No total, a blogueira foi agraciada com a soma de 250 mil euros, o que significa um montante equivalente a mais de 20 anos de salário mínimo em um país como a França, quinta potência mundial. Ou ainda o equivalente a 1.488 anos de salário mínimo cubano por sua atividade de opositora, já que em Cuba o salário mínimo mensal é de 420 pesos, quer dizer, 18 dólares ou 14 euros. [Note que o autor usa apenas uma única unidade monetária, o euro, e um mesmo valor (250 mil euros) é desdobrado em 20 anos da remuneração mínima na França e em 1.488 anos da remuneração mínima em Cuba (essa informação será importante adiante). Sim, amigo, Um trabalhador cubano que não tem ligação com a elite castrista, labuta o mês inteiro para ganhar 18 dólares, o equivalente a 36 reais!!!!]

Wikileaks

Yoani Sánchez mantém estreita relação com a diplomacia estadunidense em Cuba, como indica uma mensagem, classificada como secreta por seu delicado conteúdo, emitido pela Seção de Interesses Norte-Americanos (Sina). Michael Parmly, antigo chefe da Sina em Havana, que se reunia regularmente com Yoani em sua residência diplomática pessoal como indicam documentos confidenciais da Sina, demonstrou preocupação a respeito da publicação dos telegramas diplomáticos estadunidenses pelo Wikileaks: “Ficaria bastante aborrecido se as inúmeras conversas que tive com Yoani fossem publicadas. Ela poderia ter de pagar pelas consequências por toda a sua vida”. Posto isso, a pergunta que vem imediatamente à cabeça é a seguinte: “Por quais razões Yoani estaria em perigo se a sua atuação, como afirma, respeita o marco da legalidade?”. [O autor só pode estar se fazendo de bobo. O motivo é muito simples, em todo regime totalitário não há divisão de poderes, o poder é concentrado nas mãos de um único partido, ou figura pública -- no romance de George Orwell, personificado como o "Grande Irmão". É por isso que pessoas somem sem deixar rastro. Estar dentro da "legalidade" não significa absolutamente nada, uma vez que é o próprio governo totalitário quem não respeita a legalidade.]

Em 2009, a imprensa ocidental propagandeou massivamente a entrevista que o presidente Barack Obama havia concedido a Yoani Sánchez, o que foi considerado um feito excepcional. À época, Yoani também havia afirmado haver mandado um questionário similar ao presidente cubano Raúl Castro e que este não havia se dignado a responder a sua solicitação. No entanto, os documentos confidenciais da Sina, publicados pelo Wikileaks, contradizem essas declarações. [Aqui, Obama, cujas atitudes demonstram um claro alinhamento com o comunismo internacional (a exemplo do acordo unilateral de desarmamento que assinou recententemente, no qual os EUA se comprometem a diminuir seu poderio bélico, sem contrapartida da Rússia ou China – país que a cada acumula um arsenal mais destruidor) é estranhamente colocado como representante do "mundo livre", coisa que Obama de fato não é].

Na realidade, descobriu-se que foi um funcionário da representação diplomática estadunidense em Havana quem se encarregou de redigir as respostas para a dissidente e não o presidente Obama. Mais grave ainda, o Wikileaks revelou que Yoani, diferentemente de suas afirmações, jamais mandou um questionário a Raúl Castro. O chefe da Sina, Jonathan D. Farrar, confirmou essa realidade em uma mensagem ao Departamento de Estado: “Ela não esperava uma resposta dele [Raúl], pois confessou que nunca enviou [as perguntas] ao presidente cubano”. 

A conta no Twitter

Além do blog Generación Y, Yoani Sánchez dispõe também de uma conta no Twitter e reivindica ter mais de 214 mil seguidores (registrados até 12 de fevereiro de 2012)**. Apenas 32 deles residem em Cuba. Por seu lado, a dissidente cubana segue mais de 80 mil pessoas. Em seu perfil, Sánchez se apresenta do seguinte modo: “Blogueira, resido em Havana e conto a minha realidade em textos de 140 caracteres. ‘Twitto’ via SMS sem acesso à rede”. 

Não obstante, a versão de Yoani é dificilmente crível. Com efeito, resulta ser absolutamente impossível seguir mais de 80 mil pessoas só por SMS [mensagens de texto via celular] com uma conexão semanal a partir de um hotel. Um acesso diário à rede é indispensável para tanto. [Aqui o texto faz uma grande confusão, mas que só engana quem não tem trato com a Internet. Uma coisa é a pessoa se inscrever para receber as informações de alguém, outra bem diferente é a pessoa ler todas as informações vindas de todos os contatos em uma rede social. Quem quer que use uma das redes sociais disponíveis atualmente, sabe que a informação circula "por amostragem". Ninguém lê cada uma das mensagens postadas, mas passa os olhos e confere "o que é que estão dizendo por aí". Sobretudo no Twitter, que ao contrário do Facebook, não visa conectar pessoas que se conhecem na vida real, mas sim conectar pessoas com interesses semelhantes, mesmo que não se conheçam. Além disso, no Twitter é um expediente normal o uso de "robôs" que assinam automaticamente um contingente grande de desconhecidos, na esperança de que os "assinados" assinem de volta. Tal procedimento visa aumentar o número de seguidores e é muito usado por políticos, por exemplo. Isso porque o indivíduo não está interessado em usar o perfil em questão para acompanhar aqueles que ele segue, mas sim fazer suas mensagens chegarem ao maior número possível de pessoas. É interessante notar que, mesmo que Yoani dispusesse de "acesso diário à rede" (conforme alega o texto, com o objetivo de dizer que a blogueira está mentindo), mesmo que fosse banda larga, e mesmo que cada um de seus seguidores só postasse uma única mensagem por dia, ainda assim seriam 80 mil mensagens diárias, o que é humanamente impossível de ser lido]

A popularidade na rede social Twitter depende do número de seguidores. Quanto mais numerosos são, maior é a exposição da conta. Do mesmo modo, existe uma forte correlação entre o número de pessoas seguidas e a visibilidade da própria conta. A técnica que consiste em seguir numerosas contas é comumente utilizada para fins comerciais, assim como pela classe política durante as campanhas eleitorais. [Conforme já foi explicado. A questão é: em Cuba, o uso da internet é um luxo reservado somente para a classe mais alta (os membros do partido)(não é a toa que entre os seguidores da blogueira apenas 32 residam em Cuba. O cubano médio somente tem uma vaga noção do que seria Internet. Com certea esses 32 seguidores são agentes do partido que a seguem com o objetivo de monitorá-la), portanto de que outra forma Yoani poderia começar a se tornar popular, começar a chamar a atenção de pessoas de fora de Cuba, senão usando tais "robôs" no Twitter?] 

A página www.followerwonk.com permite analisar o perfil dos seguidores de qualquer membro da comunidade Twitter. O estudo do caso Yoani Sánchez é revelador em vários aspectos. Uma análise dos dados da conta Twitter da blogueira cubana, realizado através dessa página, revela a partir de 2010 uma impressionante atividade da conta de Yoani. Assim, a partir de junho de 2010, Yoani se inscreveu para seguir mais de 200 contas Twitter diferentes por dia, com picos que podiam alcançar 700 contas em 24 horas. A menos que se passe horas inteiras do dia e da noite nisso – o que parece altamente improvável – resulta impossível inscrever-se em tantas contas em tão pouco tempo. Parece, então, que as assinaturas tenham sido geradas por meio de um robô. [Outra vez, conforme já foi explicado. Trata-se do fato mais óbvio do mundo. É ululante que Yoani utilizou "robôs" com o objetivo de popularizar seu perfil no Twitter. O autor do texto, no entanto, apresenta essa constatação, como se ela fosse o resultado de uma complicada série de operações de inferências da qual estaria sendo extraído um segredo capaz de desmerecer o trabalho da blogueira] 

Perfis fantasmas

Do mesmo modo, descobre-se que cerca de 50 mil seguidores de Yoani são, na realidade, contas fantasmas ou inativas, que criam a ilusão de que a blogueira cubana goza de uma grande popularidade nas redes sociais. Com efeito, dos 214.063 seguidores da conta @yoanisanchez, 27.012 são “ovos” (perfis sem foto) e cerca de outros 20 mil revestem-se com características de contas fantasmas com uma atividade inexistente na rede (de zero a três mensagens mandadas desde a criação da conta). [Essa situação é normal para quem usa robôs com o objetivo de angariar seguidores. Como são máquinas virtuais trocando informações entre si, o que acontece é que a maior parte dos "pescados" são perfis abandonados por seus criadores. Esses perfis foram criados com objetivos específicos (uma ex-namorada bisbilhotar a vida do ex-namorado, sem se expor, sem que ele saiba que está sendo seguido por sua ex) e abandonados depois que se perde o interesse. De novo, qualquer um que conheça a "lógica" do Twitter, sabe que é assim que o sistema funciona, mas o texto apresenta a constatação como se fosse uma denúncia gravíssima]

Entre as contas fantasmas que seguem Yoani no Twitter, 3.363 não possuem nenhum seguidor e 2.897 só seguem a conta da blogueira, assim como a uma ou duas contas. Do mesmo modo, algumas contas apresentam características bastante estranhas: apesar de não possuírem nenhum seguidor, e seguirem apenas Yoani, já enviaram mais de 2 mil mensagens. 

Essa operação destinada a criar uma popularidade fictícia via Twitter é impossível de se realizar sem acesso a internet. Necessita também de um apoio tecnológico assim como de um orçamento. Segundo uma investigação realizada pelo diário mexicano La Jornada, sob o título “El ciberacarreo, la nueva estrategia de los políticos en Twitter”, sobre operações que envolviam os presidenciáveis mexicanos, diversas empresas dos Estados Unidos, Ásia e América Latina oferecem esse serviço de popularidade fictícia (o “ciberacarreo”, algo como um arrastão digital promovido artificialmente) por preços elevados. “Por um exército de 25 mil seguidores inventados no Twitter – afirma o jornal, cobra-se até 2 mil dólares e por 500 perfis manejados por 50 pessoas gasta-se entre 12 mil e 15 mil dólares”. [Sim, existem esses serviços muito utilizados por políticos que incluem 25 mil seguidores de uma vez só, contato que se pague. Contudo, o próprio texto conta que o perfil de Yoani "partir de junho de 2010, Yoani se inscreveu para seguir mais de 200 contas Twitter diferentes por dia, com picos que podiam alcançar 700 contas em 24 horas" e não 25 mil seguidores de uma vez só. Assim, fica claro que ela usou um dos milhares de serviços gratuitos facilmente encontráveis no Google, como é o caso deste aqui].

25 mil euros por mês [Agora vem a melhor parte]

Yoani Sánchez envia, em média, 9,3 mensagens [de texto via celular] por dia. Em 2011, a blogueira enviou cerca de 400 mensagens ao mês. O preço de uma mensagem em Cuba é de um Peso Conversível (CUC), o que representa um total de 400 CUC mensais. O salário mínimo em Cuba é de 420 Pesos Cubanos, o que representa algo em torno de 16 CUC. [Perceba que o autor fez a maior confusão ao usar duas unidades monetárias diferentes, o "Peso" e o "Peso Conversível". Ele poderia ter usado qualquer uma das duas unidades, mas apenas uma delas para simplificar o que pretende mostrar, mas parece que o objetivo é confundir mesmo] Todo mês, Yoani gasta o equivalente a dois anos de salário mínimo em Cuba. Assim, a blogueira gasta em Cuba [com o Twitter] uma soma que corresponde, caso ela fosse francesa, a 25 mil euros mensais, ou seja, 300 mil euros por ano. [Para acabar de complicar, o autor insere uma terceira unidade monetária, o "salário mínimo", que obviamente tem um valor em Cuba e outro bem maior na França. Então, na verdade há QUATRO referências monetárias em um único parágrafo. IMPORTANTE: no primeiro momento em que foi tratado de valores, ele transformou a soma recebida pela blogueira (250 mil euros) em números de anos com remuneração do salário mínimo cubano. Nesse segundo momento, ele parte na direção oposta e PULA da referência "dois anos de salário mínimo cubano" para chegar ao montante "dois anos de salário mínimo francês", expediente que não faz o menor sentido, visto que é apenas um malabarismo semântico para transformar 336 euros (valor efetivamente gasto mensalmente pela blogueira) em 25 mil euros (valor ao qual o autor chega, fazendo pirotecnia matemática), que por sua vez se transformam na astronômica cifra de 300 mil euros, para expressar o "gasto anual". Por que isso? Simplesmente porque o texto quer fazer entender que se o valor gasto pela blogueira é exorbitante, logo ela só pode estar recebendo auxílio externo de grupos "muito ricos". Então ele segue perguntado:] Qual a procedência dos recursos necessários para essas atividades? 

Inevitavelmente, outras perguntas surgem: “Como Yoani Sánchez pode seguir a mais de 80 mil contas sem um acesso permanente à internet? [Não há nada demais em "seguir" 1 milhão de contas. O que é impossível é ler todas as mensagens, então a blogueira faz o que todos que lançam mão desse expediente fazem: assinam, mas não leem as mensagens. Um exemplo é Barack Obama, que se utilizou desses "robôs" e sua conta no Twitter segue quase 700 mil pessoas. É óbvio que o presidente dos Estados Unidos tem mais o que fazer além de ler 700 mil mensagens por dia] Como conseguiu se inscrever para seguir cerca de 200 contas diferentes por dia, em média, desde junho de 2010, com picos que superam 700 contas? [Usando robôs, conforme o próprio autor já explicou] Quantas pessoas seguem realmente as atividades da opositora cubana na rede social? [Essa é uma pergunta impossível de se responder no mundo do Twitter, principalmente se a pessoa em questão for uma celebridade. O mecanismo do Twitter envia a mensagem, mas nada garante que os que assinaram para receber aquela informação de fato a lerá. Voltando ao exemplo de Obama, seu perfil é seguido por mais de 25 milhões de internautas, mas quantos destes realmente acompanham as atividades dele na rede?] Quem financia a criação das contas fictícias? [Ninguém financia a criação de contas fictícias até porque criar uma conta no Twitter não tem custo, portanto não há o que ser financiado. O que o texto está chamando de "contas fictícias" são na verdade contas abandonadas pelos usuários. Trata-se de um fenômeno comum na internet. Muitas contas de e-mail foram criadas e depois, por algum motivo, abandonadas. Não é diferente no Twitter, mas o sistema de robôs não faz distinção entre contas ativas e contas inativas]. Com que objetivo? Quais são os interesses que se escondem por detrás da figura de Yoani Sánchez? [Não há nada por trás de nada. É tudo pela frente mesmo. Yoani é opositora da ditadura castrista e recebe apoio de grupos com interesses afins. Esses grupos são formados por diversos seguimentos, desde cubanos que fugiram do regime e hoje moram em Miami (consequentemente ganham em dólar) até institutos criados com a finalidade de disseminar as ideias do liberalismo econômico. Convenhamos que não é muito dispendioso nem mesmo para 1 único dos milhares de refugiados cubanos que moram nos EUA e ganham em dólar, separar 336 euros mensais (e não 25 mil euros, como o autor quer fazer acreditar) para apoiar uma compatriota que luta contra o regime que os obrigou a sair do seu próprio país. Seguindo a própria lógica do texto: são 1,9 milhão de cubanos na América, logo formar 336 euros dá muito menos do que 1 centavo de dólar mensal para cada um deles].

* Estranhamente traduzido em tempo real em 20 línguas; entre elas, polonês, lituano, grego, búlgaro, coreano, persa e romeno. [Ainda na linha da "teoria da conspiração", o autor vê no fato do blog ser traduzido para 20 línguas um acontecimento estranho e sobrenatural]

Conclusão: Se tem uma lição de Lenin que a esquerda aprendeu definitivamente foi a máxima "xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz". Desde que a internet se popularizou, se transformou em campo de guerrilha ideológica, muitas vezes com uso de recursos pouco honestos. No caso das acusações feitas pelo texto analisado, fica claro que são perfis abandonados agregados pelos robôs. Contudo, o expediente de criar perfis falsos para detratar, denegrir, ou dar uma ilusão de popularidade a uma figura pública é ferramenta amplamente utilizada PELA ESQUERDA. Recentemente alguém criou em outra rede social, o Facebook, o "Troféu Algema de Ouro" para eleger o político brasileiro mais bandido de 2012. Luis Inácio da Silva estava liderando a votação quando setores do PT perceberam o que estavam acontecendo. Foi então que outro político, Demóstenes Torres, passou a receber votos de perfis sem amigos, com nomes estranhos, as vezes até mesmo nomes repetidos (muitos localizados em países do estrangeiro, com nomes em outras línguas, até mesmo línguas e países asiáticos; além de muitos americanos, como se o americano médio se interessasse pela política brasileira...) para tentar evitar que O Chefe "ganhasse" o concurso. Clique aqui para ler mais sobre o caso; e clique aqui para constatar por si mesmo que a maioria dos perfis que votaram em Demóstenes é visivelmente irregular.

19 comentários:

O Prometeu disse...

Achei, realmente, muito bem colocado o que você diz sobre o Twitter. Porém, não acredito que esta seja ou tenha sido a ideia central de Salim Lamrani, ou seja, não acredito que a ideia central dele fosse apenas contestar esse fato.
Se acaso você leu a entrevista que Salim Lamrani fez com ela, a entrevista na íntegra, você vai perceber e reconhecer as contradições em que Yoani Sánchez se enfia, e fica mais evidente como ela não só atua para denegrir a imagem de Cuba pós-revolução, como ela também apresenta a faceta de defender a posição dos EUA em diversas questões (inclusive sobre Iraque). Também fica evidenciado o quão defasada ela está no que se refere a dados sobre Cuba, onde o jornalista francês (que é professor na Universidade Sorbonne, em Paris) se mostrou muito mais atento e exato, com fontes de dados bem claras.
Acredito que haja opressão tanto no "capitalismo" Norte americano quanto no "socialismo" Cubano (e perceba que as aspas são pra mostrar que eu não creio que esses governos tenham uma prática política alinhada com suas auto-intitulações).
Acredito que haja o lado bom e ruim tanto em Cuba quanto no nosso mundo capitalista.
Mas acho que sua análise, apesar de válida, foi muito superficial, pois se prendeu só ao lance do Twitter, que nem significa muito, frente as questões que ele levantou na entrevista.

O Prometeu disse...

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/3819/yoani+sanchez+tenta+explicar+por+que+deixou+a+suica+para+voltar+para+cuba.shtml

Neste link você encontrará a segunda parte da entrevista e o link para as outras partes. Caso não tenha lido a entrevista, aconselho que o faça, para não aparentar estar desinformado ao fazer uma crítica.
Também não compactuo com a forma chula que você trata as pessoas que se dizem de esquerda. "Esquerdopada" é uma forma ridícula de tentar denegrir uma corrente de pensamento. Se sua corrente de pensamento é divergente, tente argumentar de forma clara e objetiva, respeitando o outro e percebendo que você não é o dono da razão.

"Cuba é internacionalmente reconhecida por seus êxitos no campo da educação e da saúde, com um serviço social que supera o da maior parte dos países em desenvolvimento e, em certos setores, comparável ao dos países desenvolvidos. Desde a Revolução cubana de 1959 e do estabelecimento de um governo comunista com partido único, o país criou um sistema de serviços sociais que garante o acesso universal à educação e à saúde, proporcionado pelo Estado. Este modelo permitiu que Cuba alcançasse uma alfabetização universal, a erradicação de certas enfermidades, o acesso geral à água potável e a salubridade pública de base, uma das taxas de mortalidade infantil mais baixas da região e uma das maiores expectativas de vida. Uma revisão dos indicadores sociais de Cuba revela uma melhora quase contínua desde 1960 até 1980. Vários índices importantes, como a expectativa de vida e a taxa de mortalidade infantil, continuaram melhorando durante a crise econômica do país nos anos 90... Atualmente, o serviço social de Cuba é um dos melhores do mundo em desenvolvimento, como documentam numerosas fontes internacionais, entre elas a Organização Mundial de Saúde, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e outras agências da ONU, e o Banco Mundial. Segundo os índices de desenvolvimento do mundo em 2002, Cuba supera amplamente a América Latina e o Caribe e outros países com renda média nos mais importantes indicadores de educação, saúde e salubridade pública." Fonte: Banco Mundial

Anônimo disse...

a dona Yoani, segundo entendo, e segundo o parecer em gente muito mais apta que eu, é um engodo do próprio serviço de inteligência cubano.
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Ela vive num conforto material inacessível a qualquer outro cubano; desfruta de uma liberdade que nenhum outro cubano sonha existir; pode acessar a internet, coisa que os cubanos não sabem o que é; viaja ao estrangeiro, coisa que os cubanos só podem fazer pondo em risco a própria vida e, por fim, e mais importante, pode "falar mal" do governo sem que nada lhe aconteça, enquanto a muitos tal ato, ainda em tempos recentes, custaram-lhes a vida.
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Yoani, portanto, é uma cubana da ilha da fantasia, uma pseudo-opositora criada sob medida pelo governo para desacreditar os verdadeiros dissidentes.

Pérsio Menezes disse...

Prometeu, primeiramente muito obrigado por me prestigiar tanto com a leitura do meu texto quanto com os comentários. Contudo, o objetivo não é comentar a entrevista de Lamrani com Yoani, mas sim o texto que foi efetivamente comentado. Obrigado por mandar o link da entrevista que, com certeza, lerei com toda a atenção. Aliás, eu sequer defendo Yaoni, pois desconfio seriamente que ela seja uma agente de desinformação da KGB.

A palavra "capitalismo" foi cunhada por Marx, logo trata-se de um termo que nasceu pejorativo para se referir ao livre mercado. Eu não sei qual opressão pode haver quando as trocas são feitas espontaneamente, sem coerção estatal.

Fique a vontade para me criticar, mas nunca me critique pelo que eu não disse. A palavra "chula" se refere a xingamentos e impropérios de baixo calão. A palavra "esquerdopata" não se enquadra nessa categoria. Como vi que você é esquerdista, compreendo que se sinta ofendido. Por favor, aceite que não é pessoal. Mas não me peça para respeitar pessoas que idolatram uma ideologia que é responsável por 120 milhões de mortes.

Os dados que você apresenta, eu não os aceito. Tanto o Banco Mundial como a ONU são entidades dominadas pela esquerda alinhada com os Rockefeller e com Jorge Soros, portanto não se pode confiar em nada saído dessa fonte.

Pérsio Menezes disse...

Entrevista de um professor esquerdopata da Sorbone com Yoani Sanches:

Professor: Porque você voltou para Cuba após morar 2 anos na Suíça?

Yoani: Meu pai esteve muito doente e eu tive medo de que ele morresse sem que eu pudesse vê-lo uma última vez.

Professor: Mas com o dinheiro que você ganhava na Suíça você não podia ajudá-lo?

O Prometeu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
O Prometeu disse...

Bom dia, obrigado pela resposta.
Sim, imagino que seu enfoque era criticar aquele texto específico.
Porém notei em seu texto uma posição, inclusive ideológica, para apenas desmoralizar o argumento do professor Salim Lamrani, que é sim defensor de uma corrente política de esquerda, porém provavelmente é uma esquerda diferente do que você entende por este conceito (voltarei a tratar disso mais a frente).
Li um artigo em um dos blogs liberais que você segue que falava sobre essa especulação de que ela seja uma "agente de desinformação". Ora, não duvido que há tempos, principalmente depois das grandes guerras, e depois de Goebbels, que haja muito esforço nas agências de inteligencia de governos para trabalhar com informações.
O país que mais vejo espalhar desinformação é os EUA, que apesar de trazer em seu discurso as maravilhas do livre mercado, ainda possuem um Estado regulador, que provavelmente no seu entendimento já é o suficiente, acredito eu, pra ser taxado de "Esquerdopata". Acredito, porém, que Yoani Sanchez seja mais uma agente de desinformação Americana do que Cubana. Acho muito fantasiosa a ideia de que seja uma agente da "KGB".

O termo "Capitalismo" não foi cunhado por Marx, mas realmente foi difundido de forma pejorativa pra ele. Mas acredito que o termo não importa, realmente. Não vivemos atualmente em um Livre Mercado, nunca vivemos alias, com exceção de alguns poucos locais, de forma isolada e carente de comprovação de eficácia, num mundo onde reinasse o Livre Mercado. Imagino que para você o mundo todo seja Esquerdista por manter um Estado.

Jamais tive a intenção de criticar vossa pessoa, critiquei uma atitude que eu considero desnecessária para estabelecer um diálogo realmente civilizado e respeitoso, onde as ideias alheias sejam respeitadas, afinal, acredito que a ilusão de que nossa perspectiva seja a mais alinhada à Razão seja muito prejudicial para um diálogo, já que nos prende só a nosso Ego.
Não sou de "Esquerda" e nem de "Direita", eu só sou alguém que acredita na emancipação do homem através da educação, pois só assim ele trilhará os rumos que serão mais satisfatórios pra ele.
Ok, não é um termo "chulo", me expressei errado. O que quis dizer é que é uma forma jocosa de você tratar alguém que discorde da sua ideologia. Eu sei que você acredita, talvez de forma "religiosa", que os Comunistas e Socialistas mataram 180 milhões de pessoas, mas um rápido estudo dos grandes autores socialistas (e não preciso ser um "esquerdopata" para estudá-los, como não preciso ser um conservador para ler os liberais) deixa evidente que URSS, China, Coréia do Norte e até mesmo Cuba jamais foram sequer socialistas, no que se refere ao pensamento conceitual dos que assim se proclamavam. Ora, muito menos foram sequer "Comunistas", pois é conceitualmente errado chamar um país com Estado de "Comunista", pois "Comunismo" prevê uma organização sem Estado, coisa que não vemos na China ou Cuba, apesar dos partidos se trataram com o termo "Comunista". Deve ser só um desejo dos totalitários de ter uma bandeira, um hino e um logotipo.
Portanto sim, eu te peço para respeitar as pessoas que te respeitarem, independentemente se a ideologia delas está alinhada com a sua ou não, pois pelo visto você não tem um conhecimento teórico muito preciso sobre Socialismo/Comunismo como eu suponho ter de Livre Mercado (uma ideia que é atraente, pra mim, num mundo que começasse do Zero, mas não em um mundo com tantas distorções e injustiças sociais como o nosso).

O Prometeu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
O Prometeu disse...

Compreendo que você tenha essa TEORIA de que "Tanto o Banco Mundial como a ONU são entidades dominadas pela esquerda alinhada com os Rockefeller e com Jorge Soros". Porém, novamente alerto: Conceitualmente, pelas atitudes políticas dessas entidades, elas não podem ser caracterizadas como entidades "De esquerda". No máximo são corporativistas fazendo uso da opressão Estatal para enriquecer suas empresas e vidas.

Quanto a você não saber que tipo de opressão pode ocorrer quando as trocas são feitas com o livre mercado, bom, eu não digo que neste caso o Livre mercado seja o real opressor. As pessoas é que são opressoras. A reprodução de culturas machistas, racistas, homofóbicas são feitas de maneiras quase inconsciente pela população que não teve um real contato com conhecimentos sociológicos ou antropológicos. Talvez num livre mercado, sem a opressão do Estado, poderiam montar escolas com uma proposta pedagógica diferenciada para concorrer no mercado e ter algum sucesso, mas no geral, considerando a dificuldade de se dissolver o Estado, ainda acredito que ele pode ser usado para promover as transformações sociais.
Se isso é ser um "esquerdopata", dentro dos seus conceitos (que saiba, não são universais), então pode me chamar disso, mas volto a lhe dizer que considero desrespeitoso, pois você deveria ouvir mais os outros para dialogar, e não atacá-los previamente baseados em conhecimentos que você possui e SUPÕE estarem corretos.

Júlio disse...

Pérsio Menezes, só vou rebater um argumento seu que já mostra a sua má fé em termos científicos.

A palavra capitalismo fui usada, na forma que vemos mais ou menos hoje, por David Ricardo, senhor que Marx leu extensivamente e que sita MUITO é muitos dos seus textos.

Desinformação é prática comum da direita, que você é um tão belo exemplar.

Pérsio Menezes disse...

Julio, eu sei que o pré-requisito para uma pessoa ser de esquerda é possuir o raciocínio anuviado, portanto exercerei o mandamento cristão e serei generoso com sua pobre pessoa. David Ricardo, na obra "Principles of Political Economy and Taxation", de 1817, usa frequentemente a expressão "o capitalista", o que é DIFERENTE de "Capitalismo", caso você não tenha se dado conta. O tempo "capitalismo", no significado que hoje é aceito pelo entendimento médio, iniciou-se com Marx, sobretudo porque Marx é um pensador influente e popular e David Ricardo não. Agora o que me impressionou mesmo foi sua miséria espiritual extrema em acreditar que a contestação de um dado empírico (contestação errônea, como foi mostrado) é o mesmo que a refutação de um argumento. Você não sabe a diferença entre um dado empírico e um argumento???? Oligofrenia é prática comum da esquerda, DA QUAL você é um tão belo exemplar.

Pérsio Menezes disse...

Querido Prometeu, se você notou em meu texto a posição de "apenas desmoralizar o argumento de Salim", então você notou errado, deve ser problema de interpretação de texto. E é fácil você entender isso: simplesmente não há nenhum argumento no texto de Salim, mas tão somente um emaranhado de silogismos, falacias e mentiras deslavadas. E as passagens em vermelho (de minha autoria) apenas e tão somente as apontam. Se você não é capaz de reconhecer a esses silogismos e falácias, então é um problema de falta de leitura, leia mais (autores bons) e depois volte ao texto de Salim e você perceberá como aquilo que eu apontei lhe parecerá auto-evidente e claro como a luz do meio dia.

Respondendo ao seu parentese: os EUA foram livre mercado durante os primeiros anos de sua existência, período em que construíram a riqueza que hoje comunistas como Barack Obama se esforçam para destruir.

"a ilusão de que nossa perspectiva seja a mais alinhada à Razão" Ilusão???? 2+2 é sempre igual a 4, querido. Não existe relativismo moral nem teoria de polilogismo que altere a matemática, a lógica e as leis da natureza. Dizer que não é de "esquerda nem de direita" é o clichê do clichê do clichê. Todo seu discurso está marcado por um esquerdismo profundo e arraigado, pronto você está diagnosticado! Aceite o diagnóstico e procure a cura.

Outro clichê (e os clichês são o tijolo do pensamento esquerdista) é dizer que o que foi feito na URSS, na China e na Coreia do Norte não é comunismo nem socialismo. Não precisa afirmar essa frase, pois ela pressuposta. É CLARO QUE NÃO É! Simplesmente porque o comunismo é IRREALIZÁVEL, IMPOSSÍVEL, INEXEQUÍVEL (Leia a refutação da economia comunista em "A Ação Humana", de Mises). Assim, nunca haverá uma iniciativa que sejam aceita como "verdadeiro comunismo" por vocês esquerdistas, ao passo que vocês estarão sempre dispostos a levar a óbito um número igual ou superior de pessoas para "tentar mais uma vez".

"pelo visto você não tem um conhecimento teórico muito preciso sobre Socialismo/Comunismo como eu suponho ter de Livre Mercado" Você não poderia ter escrito uma bobagem maior. Quem não tem conhecimento do socialismo/comunismo é você, pois se tivesse perceberia de pronto que não nenhum substância nessa ideologia nefasta. Eu sou graduado em jornalismo pela UFBA e os autores esquerdistas são o "prato da casa" das universidades, sobretudo as públicas, sobretudo as de humanas. Para concluir a catedra de Sociologia, eu li pelo menos 5 livros de Marx, incluindo o Capital, o Manifesto Comunista. Os "filhotes" de Marx integram o restante da bibliografia básica de quem quer que se aventure a fazer um curso desse tipo: Adorno, Horkheimer, Antonio Gramsci etc etc etc. Portanto, eu comecei minha vida intelectual em ambiente esquerdista-social-comunista, e tenho "conhecimento teórico muito preciso" sobre o tema. É exatamente por isso que eu o rejeito.

Ao invés de se entregar a correnteza e ler os livros endossados pelo "lugar comum", opte por leitura de alta octanagem. Eis a cura: Chesterton, Mencken, Sowell, Ayn Rand, Mises, Jouvenel, Bastiat, Ortega, P. J. O’Rourke, Mário Ferreira dos Santos, Santayana, Voegelin, Scruton, Sokal, Croce, Kolakowski, Peyrefitte, Hazlitt, Babbit, Hayek, Kimball, Mises, Hayek, Reisman ou Bastiat, Burke, Paine, Kirk, Voegelin, Tocqueville ou Peyrefitte. E no campo da histpriografia esqueça o frasante do Eric Hobsbawn e leia Pierre Gaxotte, Simon Schamma ou mesmo François Furet.

O Prometeu disse...

Bom dia, Pérsio. Obrigado pela disposição em retornar meu argumento.
Volto a dizer que não tive, em momento algum, desejo de lhe ofender, apesar de compreender que talvez eu tenha me expressado mal algumas vezes, dando a entender o contrário, peço desculpas por isso. Admiro seu vasto conhecimento, pelo visto já leu muitos livros e está bem seguro de seus argumentos, defendendo o seu ponto de vista.
Primeiramente queria falar que a discussão sobre o termo "Capitalista" é como discutir sobre o sexo dos anjos. Acho que o importante é o indivíduo saber que capitalismo é livre mercado, afinal, como é senso comum que um seja o mesmo que outro, geralmente o termo não é mais utilizado de forma pejorativa.

"Mesmo não sendo material novo, achei interessante fazer a análise, pois esse artigo é um bom representante do modus operandi dos esquerdopatas."

"Esquerdopatas" aqui, com todo o contexto, parece bem pejorativo. Ou seja, você prepara o terreno depreciando o indivíduo pela sua posição ideológica. Obviamente o que ele apresenta nesses dados levantador é óbvio, porém o desejo dele era apenas mostrar que ela buscou uma popularidade com recursos outros que não apenas suas críticas à Cuba.

Interessante saber que os EUA foram um livre mercado nos primeiros anos, se você puder me indicar algum livro ou artigo que fale sobre esse período, ficaria grato.
Porém não acredito, de antemão, que podemos justificar a riqueza norte americana apenas por esse fato. Acredito ser simplista esse argumento, ainda mais diante de fatos como a primeira e segunda guerra, que foram muito lucrativas para o governo dos EUA, tanto nos pós-guerras quanto na guerra em si. Isso além de outros fatores, que vão desde o modelo de colonização até políticas internacionais nefastas.

O Prometeu disse...
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O Prometeu disse...

"2+2=4", realmente, isso não muda. Nas ciências exatas não há relativismo (não havia, ao menos, antes dos avanços na mecânica quântica). Porém, você vai perceber (mesmo que não tenha sido com intenção) que esse seu argumento é falacioso. Estamos falando de modelos de organização social, e da realidade social, não de matemática. Não podemos, matematicamente, mostrar qual sistema social é mais adequado que outro. O indivíduo obviamente irá utilizar-se da lógica, porém a lógica que ele irá fazer uso será referente aos parâmetros que só ele possui, pois ele é um ser sui generis, no que tange a sua percepção única da realidade social. Assim também é a moral, a meu ver, já que é evidente que, por exemplo, o fato de utilizarmos roupas provém de fatores históricos , também, não só racionais. Por que é que as pessoas tem vergonha de ficar nu em público, senão por uma moral que só existe localmente? A moral, a meu ver, é claramente relativa, varia de contexto (social, geográfico, biológico, sociológico, psicológico etc...), já que nenhum contexto se apresenta sempre da mesma forma. Construímos nossos valores dentre desse contexto social, porém se ele é o mais adequado ou não, isso é relativo. Não há argumento racional que possa dizer que minha forma de me relacionar com tal pessoa seja da forma A e não da forma B, senão através de argumentos metafísicos como "Deus".
Quais são as leis da natureza, afinal, se nossa natureza nada mais é do um universo que existe, sempre existiu, e sempre existirá, ainda de formas totalmente distintas, já que ele está em constante mutação?
A ideia ocidental de "sociedade mais evoluída que outra" vai contra o princípio racional mais evidente, de que o tempo não existe, realmente, já que o universo é absoluto. Nesse sentido podemos pensar, de forma lógica, que a percepção espaço-temporal só existe através do observador, que é uma ilusão, de certa forma. Não existe, portanto, sociedade mais evoluída que a outra, existem sociedades mais complexas, como a nossa, porém isso não é garantia de satisfação do indivíduo que more ali. Ou seja, qual é a sociedade certa? Isso é uma questão moral que cabe ao indivíduo decidir, baseado em suas experiências. Podemos ter internet ( e eu acho isso genial), mas isso não é garantia de felicidade. Um índio pelado pode se considerar mais feliz, e não temos bases racionais para julgar. Afinal, a significação, o processo semiótico, é único e individual.

O Prometeu disse...

Se eu fosse "esquerdista", acredito que não buscaria "uma cura", pois posição ideológica não é doença, senão eu teria de te chamar de doente, afinal você lê Mises.
Eu não gosto, realmente, de rótulos. Eles são muito simplistas para definir a posição ideológico-moral do indivíduo. Eu sou tudo o que li, pensei, e julguei estar certo ou errado. Eu acho argumento certos e errados em Marx, acho argumentos certos e errados em Mises, e com minha capacidade de raciocínio e reflexão eu busco fundar meu próprio pensamento, ao invés de basear meus argumentos em bibliografias, o que acho apenas reprodução de ideias, e não a produção de pensamento real.
Se for pra ser taxado de algo, prefiro ser taxado de "Weberiano". Weber que foi um autor que influenciou em muito o Von Mises, apesar de não haver créditos por parte dele. Mises só distorceu um pouco a teoria com a ideologia dele, afinal, não acredito que Mises seja um autor do calibre de Weber, que considero um dos grande pensadores da humanidade.

Por quê é clichê? A meu ver é extremamente válido tal posicionamento. Rótulos como "esquerda" e "direita" te prendem num ciclo vicioso de egocentrismo ideológico, onde você lê e vê o outro lado com um pré-conceito, igualando todos como idiotas que não pensam, esquecendo da individualidade dos argumentos, que podem enriquecer em muito nossas experiências humanas. Acredito no amor. (own)
Se você vê em mim alguém de "esquerda", que seja. Só não generalize, por favor, me colocar como " vocês estarão sempre dispostos a levar a óbito um número igual ou superior de pessoas para "tentar mais uma vez".", pois não é uma atitude racional, do meu ponto de vista baseado em meu raciocínio lógico. (Se quiser me mostrar o seu, para compararmos, estamos aí).
Aceito que considere clichê a argumentação de que URSS, China e Coréia do Norte nunca foram socialistas ou comunistas, porém, se você possui conhecimento preciso sobre comunismo e socialismo, deveria saber que, conceitualmente, nunca foram, de fato.
Eu tenho muitas críticas ao Socialismo, em sua teoria. Não acredito que um governo ditatorial (pois socialismo seria um governo de transição para o Não-Estado, o território sem governo, o Comunismo.) seja solução pra nada. Entendo a argumentação, mas eu prefiro políticas de transformação por meio da burocracia estatal, já que não acredito que a dissolução do Estado seja possível tão cedo.
Quanto ao Comunismo, que seria a não existência do Estado, eu não posso deixar de falar o quanto eu admiro essa ideia, apesar de não saber como fazer ela se concretizar, realmente. Acredito, porém, que um modelo pedagógico diferencial (como a pedagogia Waldorf) possa ser capaz de criarem indivíduos criativos, com muito capital intelectual para fazer valer seu direito de existir, e assim promover as mudanças necessárias para uma convivência mais harmoniosa entre os seres humanos, já que acredito que possamos viver em paz. Não acredito, portanto, que o egoísmo seja natural, apenas um comportamento de nossa cultura, da mesma forma que a corrupção está impregnada na cultura do Brasil.

O Prometeu disse...

Ou seja, ainda que eu não concorde com a Teoria do Estado Socialista, eu sei que ele não existiu, realmente, na URSS, na China, em Cuba e na Coréia do Norte muito menos. Comunismo, então, muito menos. Pois é evidente, comprovado e histórico (e não clichê), que esses locais sempre possuíram um Estado, não sendo, portanto, comunistas. Só mostraram o que sempre critique, que a tendência era de que o Estado de "transição" Socialista durasse pra sempre, perdido na burocracia. Isso, também, não pode fazer a gente FECHAR OS OLHOS para conquistas desses governos, independentemente da ideologia que pregam (que, como disse, não condiz com seus atos). Entre essas conquistas, podemos citar o primeiro satélite em órbita e o primeiro homem no espaço, pelos soviéticos e sem livre mercado (não que a NASA seja fruto do livre mercado, rs) ou a assistência social fantástica que Cuba possui.

Agradeço as sugestões de leitura, sou de uma universidade pública, de humanas, e sei bem como o pensamento de esquerda radical (Engels já não era radical após a morte de Marx, ele já era contra a revolução armada, pois percebeu que a realidade Alemã do contexto histórico de Marx era diferente do novo contexto, do paradigma democrático e tal) atual como um fato social, fazendo jovens se tornarem quase religiosos. Porém não posso deixar de argumentar, e não é ofensa, apenas uma opinião, de que também há uma série de religiosos de Von Mises e toda essa gama de autores que você citou, que adquirem esse conhecimento de forma dogmática e ficam engessados nesse egocentrismo ideológico, as vezes nem percebem.
Nas humanos também aprendemos Weber, Durkheim, outros autores liberais de calibre, assim como também temos contato, e mais, até, com autores de calibre que são socialistas.
O paradigma da sociologia contemporânea, a meu ver, é outro. Esquerda e direita são formas arcaicas de tratar o problema humano, a meu ver. Afinal, pra cada contra argumentação que Von Mises fizer a obra de Marx, terá um marxiano para refutar. E assim ad infinutum. Só acho que precisamos, entre tantos pensamentos, achar a brecha pra construírmos nossa própria perspectiva de realidade, baseada em nosso contexto único, que é o presente.

Unknown disse...

Ótimo texto, parabéns. A mídia esquerdista é porca e manipuladora. O tom de questionamento e as armadilhas do esquerdopata de Sorbonne nas perguntas são escancarados.

Anônimo disse...
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