Instaura Inquérito Civil Público para apurar supostas irregularidades relativas à concessão desautorizada de área pertencente à União para Premium Produções, Criações Artística e Eventos LTDA, nos termos do contrato nº 040/2010 avençado entre a SUCOM e a citada empresa. ICP nº 1.14.000.0001451/2011-84
Não só no Youtube, como nas redes sociais, e na assim chamada “blogsfera” segue a guerrilha ontológica (para citar McLuhan) em torno do assunto "Belo Monte". Nesse texto, vou focar a atenção apenas naquele que considero o argumento mais citado a favor da construção da usina. No caso, não me dei ao trabalho de fazer uma contagem com rigor científico, mas quem se interar do debate, vai perceber que ele assumiu o caráter do que se imagina ser nacionalismo.
James Cameron, Sigourney Weaver, Bono Vox, Alicia Silverstone, Leonardo DiCaprio, Paul McCartney, Brad Pitt, Angelina Jolie, Matt Damon, Daryl Hannah, Bono Vox. A cada declaração pública dessas “celebridades” contra a usina, surgem reações indignadas dos usuários das redes sociais; reações regadas de ofensas e palavras de baixo calão. A oposição da Organização dos Estados Americanos aumentou a polêmica.
Na grande maioria das vezes, o raciocínio invocado pelos internautas que defendem a obra gira em torno de: “estrangeiros querendo se intrometer na ‘vida do Brasil’. Vão cuidar dos problemas dos países de vocês”. A sequência imediata e automática desse raciocínio, que também é muito propalada, é “tá vendo aí, os EUA querem tomar a Amazônia!” Tomar parte da discussão nesses termos garante ao indivíduo a aura de “esperto”, “antenado” e “capaz de enxergar as ligações ocultas, por trás das aparências”. Mas será que os estrangeiros são realmente nossos inimigos? Serão todas as pessoas que nasceram além das fronteiras nacionais usurpadoras das riquezas do Brasil?
Há muitos anos o mundo assiste ao fenômeno da globalização do capital. Esse, aliás, é um dos maiores problemas da atualidade. O capital não respeita fronteiras internacionais e vai se instalar onde há o lucro. Isso significa que, se os países da Europa asseguram aos seus trabalhadores remuneração que encarece o processo de produção, o capital fecha as indústrias na Europa e abre na China, país que possui 1/5 da força de trabalho do mundo, com a maior parte dela produzindo em condições de semi-escravidão. Isso também significa que, se o processo de confecção de determinados produto gera impactos ambientais em países que são rígidos em defender seu próprio patrimônio natural, o capital fecha as fábricas nesses países e as abre onde a legislação é mais “flexível”.
Em 2010, o mundo assistiu ao derramamento de lama tóxica provocado por um acidente industrial na Hungria. Os resíduos atingiram o rio Danúbio, segundo maior da Europa, ameaçando o ecossistema e as populações da região. Essa mesma lama vermelha é subproduto do processo fabril do alumínio. Para evitar as altíssimas multas impostas em seus próprios países em acidentes desse tipo e a boa remuneração para a mão de obra que as populações de seus países garantiram com esforço e união, o capital Americano e o Japonês abriram no Brasil a ALCOA e a ALBRÁS.
Para quem está minimamente informado no assunto da “política energética brasileira”, é chover no molhado afirmar que a ALCOA e ALBRAS são dois dos maiores interessados na construção de Belo Monte. Afinal, o Brasil tem mão de obra à preço de banana e legislação flexível, mas para que o alumínio seja realmente barato, falta a energia – que é a "matéria prima" mais necessária no processamento da bauxita.
Assim os Estados Unidos estão SIM engajados em relação à Belo Monte, mas ao contrário do que pensam os desiformados, não para deter a construção da usina, mas para que ela seja contruída o mais rápido possível. Há extremo interesse do Estado Americano, não da parcela que representa o povo, mas da que representa os interesses do CAPITAL, na construção URGENTE de Belo Monte. Veja:
Leonardo DiCaprio qualquer retardado sabe quem é. Eu gostaria de saber quantos dos que escrevem mensagems com impropérios nas redes sociais já ouviram falar de Klaus Keinfeld. Ao contrário do que se poderia imaginar, o texto acima não foi retirado do site de nenhuma ONG, mas do portal da Andrade Canellas (o epíteto no topo da página é "O nosso negócio é cuidar bem da sua energia", confira a íntegra do texto).
Enquanto uma massa alienada e desinformada pensa estar defendendo os interesses do Brasil, o capital não reconhece fronteiras, estados, nem idiomas. Sua atuação se dá por trás dos palcos, à meia luz, ao som de jazz, em algum restaurante sofisticado de Washington, Estocolmo, Cidade do Cabo, São Petersburgo, São Paulo; não importa.
Enquanto a classe média brasileira está preocupada com suas ideias pequeno burguesas, os donos do poder são cidadãos do mundo. Enquanto o ex-presidente Lula entoa discursos que querem fazer entender que há interesses ocultos (confira o vídeo no final do texto) por parte dos governos dos países desenvolvidos em "tomar a Amazônia", os donos do poder batem palma e usam a inteligência para manter um Brasil na condição de colônia, sempre como exportador de matéria prima, usurpando a possibilidade de um futuro melhor e drenando a riqueza nacional à luz do dia, mas de forma sutil, sem necessidade de nenhuma ivasão armada, ao tomar de mais de 20 mil famílias, mais de 30 etnias, sua possibilidade de sustento, em nome de lucro fácil e imediatista.
Enquanto os internautas brasileiros postam impropérios abaixo dos vídeos feitos para revelar o que está por trás de Belo Monte, no resto do mundo a sociedade civil usa as redes sociais para organizar manifestações nas quais multidões vão às ruas para reinvidicar seus direitos, como aconteceu em Atenas, Cairo, Moscow, Nova Iorque, etc. (Ao lado, a edição 2011 da "Pessoa do Ano" da revista Time não contemplou uma celebridade, mas os anônimos que, no mundo inteiro -- com exceção do Brasil, foram para as ruas e se fizeram ouvidas).
Eu costumo desconfiar das frases que querem enunciar verdades universais, mas algumas delas eu nunca consegui negar: Nesse mundo não há nada de graça. A energia produzida no Brasil tem um custo, para oferecer energia barata ao capital americano, alguém precisa pagar a diferença. O que o Governo está fazendo é empurrar a conta para as populações de cidadãos do interior do Pará, ribeirinhos e índios.
Afinal, essas pessoas não consomem produtos industrializados, portanto não colaboram para a realização das ambições ufanistas de um governo que comemora o posto de 6º economia do mundo e esquece números como 71º PIB per capita; 94º em alfabetização; 92º posição na expectativa de Vida; 84º IDH (Índice de Desenvolvimento Humano); 169º distribuição de renda (8ª pior do planeta) e por aí vai.
Ah... pra terminar, gostaria de dizer que a Norte Energia estampou com orgulho em seu portal que a OEA voltou atrás em relação à Belo Monte. Quem acompanhou o raciocínio até aqui é capaz de inferir o que motivou essa guinada. (Veja comentário sobre esse ponto no adendo postado 15.03.12, após o texto)
"Ficamos praticamente 20 anos probidos de fazer estudos para a viabilidade da hidrelétrica de Belo Monte. Não era fazer a hidrelétrica, não. Era proibição de estudo".
Fala de Lula que revela o quanto o país estava preso, subordinado, oprimido por... bem... por... "eles", os sujeitos ocultos que controlavam o país e que Lula nos libertou ao dar início à contrução de Belo Monte. Aliás, sempre é bom lembrar quantas vezes a preocupação com "eles" conferiu a George W. Bush apoio das massas nos atos mais atrozes.
Proíbidos por que, Lula? Quem é esse sujeito oculto de sua teoria da conspiração barata??? Os Illuminati???
Adendo
postado 15.03.02:
Afinal de contas, foi desmascarada a mentira. A OEA jamais voltou atrás em relação à Belo Monte. Os jornais que reproduziram essa notícia não se deram ao trabalho de averíguar a informação antes de publicar. Confira aqui.
Também não deixe de ler o que o fundador do PT, Hélio Bicudo, escreveu sobre a forma como o governo Brasileiro lidou com a OEA. Confira aqui.
Um cientista americano da Universidade do Ohaio (Q.U. Parta) criou um aparato capaz de decodificar o que uma pessoa está pensando, através apenas de uma varredura dos pontos de expressão. A máquina é tão precisa que consegue identificar o que se passa na cabeça do indivíduo, mesmo que ela esteja atuando, fingindo, mentindo ou até mesmo fazendo os três ao mesmo tempo.
-- Você já ouviu falar do PDDU da Copa para a cidade de Salvador? Você já foi a Salvador? Você sabe o que quer dizer "espaço público"? "Vergonha na cara", já ouviu falar?
-- Mas o que é que eu tenho a ver com isso? Eu pago meus impostos em dia... Eu reciclo meu lixo... Eu ensino meu filho a respeitar o próximo... Eu ainda tenho que me preocupar com o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador?!!!
Ok, o texto acima, em itálico, não é meu. O texto abaixo, em itálico, também não é meu. É de Valmar Fontes Hupsel Filho. Ele (o texto, não o Valmar) circulou pelas redes sociais; eu o reproduzo aqui para dar mais visibilidade. Em tempo... Todos os anos, os publicitários que trabalham para o governo criam slogans convidando o turistas do resto do Brasil para virem à Bahia no verão. A esse time, deixo minha sugestão:
Passei o olho nas emendas que a prefeitura enviou somente ontem à tarde à
Câmara, numa manobra ilegal para promover alterações no PDDU. Menos de
meia hora depois, 31 vereadores aprovaram sem ler:
01. A extinção do
Parque do Vale Encantado, umas das últimas reservas de mata atlântica,
lagoas naturais e animais silvestres de
Salvador, como 1 milhão de metros quadrados. O parque foi criado no PDDU
como contrapartida à liberação para construção em 10 milhões de metros
quadrados em áreas verdes entre a avenida Paralela e a orla.
02. A
permissão para que construções na orla exerçam sombra nas praias antes
das 10 horas e a partir das 14 horas
03. A criação de nove novos
perímetros destinados à construção de hotéis – do Lobato, no subúrbio
ferroviário, a Itapuã.
04. A permissão para que hotéis tenham gabarito
50% maior que o liberado no local
05. Redução dos poderes e
representatividade do Conselho da Cidade e do Conselho Municipal do Meio
Ambiente, o que diminui a participação popular na definição de
diretrizes para a cidade Interessantes mesmo são as justificativas...
Para o sombreamento nas praias: “ocorre que o artigo (do PDDU), mesmo
definindo um ângulo, não esclarece que se refere à altura do sol que
gera sombras nas praias lindeiras”.
Para a extinção do Parque Vale
Encantado: “ocorre que a caracterização da área como parque impede a
implantação de importante ligação viária (…) assim, é que se propõe a
extinção do parque ecológico do vale encantado”
Para a redução dos
poderes dos conselhos da Cidade e municipal do Meio Ambiente: “nesses
anos de implementação do PDDU 2008 pode ser verificado a necessidade de
reestruturação do COMAM para possibilitar que os procedimentos de
licenciamento ambiental possam acompanhar a nova dinâmica de crescimento
sustentável que nossa cidade passou a apresentar com este novo plano
diretor”
Aqui, temos uma projeção em computador de como ficará a Lagoa do Abaeté com o PDDU de Ali Babá e os 30 vereadores:
Conheça a cara de cada um deles e tenha a oportunidade de agradecer o serviço, se acaso encontrar algum no supermercado:
Em nome da ganância, este e outros patrimônios da Cidade de Salvador estão indo pro lixo. Enquanto o espaço público vai sendo cada vez mais privatizado para gerar lucros para alguns. Embora parcela da população se organiza, mas sem força suficiente de contraposição. O grupo segue sua marcha da tática de terra arrasada.
Suponhamos uma situação na qual um eleitor encontra-se diante de 4 candidatos: A, B, C e D. Ele (o eleitor) tem uma noção diferente sobre cada um. Para ele:
O candidato A representa um grupo antigo, que costumava governar. Foram feitas várias denúncias de corrupção e é inegável a procedência de pelo menos parte delas. Ele não gosta do Candidato A.
O Candidato B representa um grupo que ocupou o poder após a saída do Candidato A. Estão sendo feitas várias denúncias de corrupção, e é inegável a procedência de pelo menos parte delas. Contudo o grupo ligado ao candidato B demostrou-se mais competente no que diz respeito à geração de emprego e renda.
Já o Candidato C está ligado a um grupo que nunca teve a chance de governar, embora as propostas desse grupo pareçam muito boas ao eleitor. Ele conhece o histórico social do candidato e o admira. Ele realmente gostaria de ver o candidato C governar.
Por fim, um Candidato D que também pertence a outro grupo que nunca pôde estar no centro das decisões, mas que defende propostas pelo menos razoáveis. Em comum entre os candidatos C e D o fato de seus grupos conseguirem passar uma imagem de maior retidão do que os grupos dos candidatos A e B.
Nessa situação, em quem o eleitor decide votar? A opção mais acertada seria votar nos candidatos dos grupos C e D, correto? Todos nós sabemos que é assim somente na teoria. Na pratica, os candidatos A e B aparecem nas pesquisas com mais de 45% das intenções de voto cada, e os candidatos C e D dividem os 5% restantes. O eleitor então vislumbra a ameaça do poder retornar para o grupo do Candidato A, que é – de longe – a pior situação possível. Assim, decide votar CONTRA o candidato A, porque ele realmente NÃO QUER A. Mas como votar contra, se a urna – como o Facebook – só oferece a opção “like”? Não tem outro jeito, a única forma de agir contra o cenário MAIS nefasto é agir a favor do cenário MENOS nefasto. Então, na frente da urna, nosso eleitor hipotético aperta “curtir” para o candidato B, que é o segundo “menos pior”.
Esse tipo de raciocínio acontece e gera, entre outros inconvenientes, a ação do “Paradoxo de Tostines” no que diz respeito às pesquisas de opinião: é impossível saber se um candidato lidera as pesquisas porque possui mais intenções de voto, ou se – pelo contrário – ele possui mais intenções de voto porque lidera as pesquisas.Com esse tipo de procedimento por parte do eleitorado, surge uma polarização entre os grupos que já estavam no poder na eleição anterior, o que engessa mudanças. Esse modelo exclui quem está fora e mantem dentro aqueles que já conseguiram entrar, perpetuando a situação.Além disso, ele tira do eleitor a opção de escolher quem deve governar, porque o eleitor precisa primeiro agir para escolher quem NÃO deve governar.
Agora, vamos imaginar que fosse feito uma pesquisa de opinião entre todos os eleitores hipotéticos, na qual os candidatos deveriam ser classificados como “desejável”, “aceitável” e “a ser evitado”. Os candidatos C e D, que possuem boa imagem pública, poderiam até receberem o maior índice de aceitação, mas ficariam fora do jogo, porque uma maioria de 51% da população decidiu contra uma minoria de 49% que o Candidato A “deve ser evitado evitado a todo custo, mesmo que signifique a eleição do Candidato B”. A maioria escolheu (51%), mas uma parcela significativa (49%) encerraria o processo insatisfeita com o resultado.
Para superar esse problema, eu proponho aquilo que chamei de #VotoDual: trata-se simplesmente de um mecanismo que desmembra a “rejeição”, fazendo com que ela deixe de distorcer o resultado do processo eletivo. No #VotoDual, eleitores seriam consultados, como é feito hoje, sobre quem deve governar, mas também seriam consultados sobre quem NÃO deve governar. Assim, se um candidato recebesse uma determinada percentagem de "anti-voto" (voto negativo), ele – por desagradar a uma parcela significativa da população – estaria fora da eleição, que buscaria o vencedor entre aqueles que a maioria considerou como “aceitável” (ou seja, tiveram poucos anti-votos, ou votos negativos). Existem várias formas de calibrar uma eleição com #VotoDual. Uma opção seria simplesmente criar uma contagem de votos que subtraisse o número de votos negativos ("anti-votos") do número de votos positivos que o candidato recebeu. Caso ele terminasse a eleição com saldo de votos negativo, ele precisaria ficar o mesmo número de anos relativos a esse cargo impossibilitado de se candidatar a qualquer cargo.
É injusto que a população só possa dizer “sim” à propostas que lhe são apresentadas. Faz-se necessário modernizar o processo eletivo e incluir um “NÃO” na urna. Chega de ser obrigado a votar negativamente de forma indireta. É necessário oferecer uma forma direta para a população expressar a rejeição à determinada pessoa/grupo/proposta/forma de governar. Esse direito não vai ser oferecido de graça por aqueles que estão dentro do sistema que os privilegia, portanto deve ser conquistado com mobilização da parte insatisfeita. Reflita, debata e divulge!
Quando você tiver conseguidoo direito de dizer não, vai precisarde informação para poderusá-lo bem. Mas nada impede quevocê comece a se informar desde já:
No mundo todo o sistema de eleições políticas segue o raciocínio adotado pelo Facebook: é oferecido tão somente a opção “like”; o usário só tem a opção clicar. Um modelo mais acurado seria o praticado pelo Youtube com a opção “like” e a opção “dislike”. O processo eletivo tem que ser “perigoso” para o candidato: ele (o candidato) precisaria ser submetido ao risco de perder alguma coisa, no caso de desempenho ruim. Minha ideia é manter o voto no qual se escolhe o candidato que ocupará o cargo em disputa e criar um passo a mais na ação de votar, no qual o eleitor votaria negativamente.
Essa ideia precisa amadurecer, mas de uma forma geral, o candidato que alcançasse uma determinada percentagem de votos negativos sobre o número total de eleitores que comparecerem às urnas seria penalizado com o afastamento por um determinado período de tempo. Ele ficaria a mesma quantidade de anos relativos ao cargo pleiteiado, ou até mesmo duas vezes esse número, afastado da vida política, sem poder concorrer a nada. Há várias formas de calibrar esse processo: outra é afastar todo candidato que recebesse um número de votos negativos que superasse, digamos 60%, dos votos positivos que ele próprio recebeu.
No modelo praticado atualmente, políticos como Paulo Maluf sobrevivem da popularidade gerada pela mídia que tenta revelar o “mal feito”. Quanto mais se faz denuncias de corrupção, mais profundamente é gravado o nome do corrupto no inconsciente coletivo, mais é dada atenção (e votos em consequência) para aquele cuja evidência é oriunda do mal comportamento. O modelo proposto aumentaria a velocidade de renovação das representações políticas e minaria o poder de sobreviver pela lógica do “falem mal, mas falem de mim”. Hoje um político tem que se preocupar apenas em ser popular. No modelo proposto ele teria que se preocupar com a “qualidade” de sua popularidade.
Enfim, é preciso criar um debate e aprimorar a ideia, mas o ponto é que não pode ser oferecido apenas a opção de “curtir” ao eleitor. É necessário apresentar as opções “dá um tempo”, “tá me achando com cara de palhaço?” e “prefiro o diabo a você”. Simples, não? Por que ninguém nunca pensou nisso?
Observação: esse apontamento é meramente idealístico. O objetivo não é discutir se esse tipo de projeto passaria ou não pela câmara.
Quando você tiver conseguidoo direito de dizer não, vai precisarde
informação para poderusá-lo bem. Mas nada impede quevocê comece a se
informar desde já:
Com certeza tem alguém que não tá entendendo nada. Mas será que sou eu? Presta atenção...
01. Belo Monte não é necessária. Logo é um desperdício de dinheiro.
01a.
Os maiores especialistas da área energética do Brasil afirmam que o país poderia produzir mais energia do que o potencial de
Belo Monte, com 1/10 do custo, simplesmente substituindo as turbinas das
usinas que já existem. Como qualquer equipamento mecânico (o motor de
um carro, por exemplo), essas turbinas perdem a eficiência com o desgaste
pelo uso, além disso as turbinas modernas produzem mais energia, porque
a tecnologia evoluiu. Se é possível produzir mais energia por um custo
menor, por que você acha que o governo optou por produzir menos gastando
mais?
01b.
A própria equipe do governo afirma que a prioridade deveria ser a
reestruturação das linhas de transmissão. A falta de qualidade desses
equipamentos causa uma perda de 16% da energia gerada pelo país. O valor
aceito internacionalmente é de 5% de perda. Esses 11% é muita coisa. Faça os
cálculos. Por que você acha que o governo optou por não se preocupar com
a perda e simplesmente gastar dinheiro para produzir mais energia?
02. Belo Monte é uma mentira. Toda a documentação de BM é fraudada.
02a.
A começar pelo valor estimado. A obra foi aprovada com o valor de 4,5
bilhões. Esse era o custo que a tornaria interessante economicamente.
Esse valor depois foi revisto e subiu para 26 bi, agora o governo
começou a falar de 30 bi. Especialistas afirmam que essa usina não fica
pronta por menos de 40 bi, por causa do custos gerados pela
inacessibilidade do local. Mesmo assim, nesses valores não estão
computados todos os incentivos oferecidos pelo governo à obra.
02b. Outra
mentira descarada é o valor declarado do mgw/h. Por que você acha que o
setor privado desistiu de financiar BM?Simplesmente porque eles sabem
que os números estão adulterados.
02c.
A pesquisadora Andrea Zhouri mostrou que trechos inteiros do EIA-RIMA
de BM foram copiados de outras obras. Não foi feito estudo algum,
simplesmente forjaram um documento.
03. Belo Monte é burrice.
03a.
Belo Monte é a consequência da falta de investimento em ciência e
tecnologia. O que realmente produz renda e gera qualidade de vida e IDH
elevado (desenvolvimento) para
um país é a produção de itens manufaturados. O Brasil segue em um
caminho de produzir cada vez mais matéria prima e comodites. (Inclusive,
por mais que o governo do PT tenha alcançados resultados positivos,
esse é um número muito negativo: o Brasil produzia mais produtos de
valor agregado na era FHC, são dados oficias, pesquise). O principal
responsável pelo aumento da demanda de energia no Brasil é o setor
chamado indústrias eletro-intensivas. São industrias que precisam de
muita energia para produzir, a exemplo da industria de alumínio. O
Brasil vende alumínio para países como o Japão e compra produtos feitos
de alumínio (como esquadrias) pelo dobro do preço. Assista a
um vídeo no Youtube chamado "Tucuruí a Saga de um Povo" e veja por que o
Japão "deu" para o Brasil o projeto de Tucuruí. Se esses 30 bilhões
fossem investidos em pesquisa, o Brasil poderia produzir esquadria, chip de computador e demais produtos que realmente dão lucro a
um país (desenvolvimento).
03b.
Outra matéria prima que o Brasil exporta é a sílica. É com ela que são
feitas as placas usadas para a geração de energia fotovoltaica. O Brasil
vende sílica pra a Alemanha, que produz as placas solares (país cuja
incidência média de luz solar por metro quadrado é menos de 1/5 da
brasileira). Elas são caras porque são importadas; o Brasil não produz
placas solares. A instalação de placas solares em residências, além de
baratear o valor que o consumidor paga, geraria um excedente de energia
no sistema nacional. Imagine como seria o Brasil se essas placas fossem
baratas e todas as casas tivessem os telhados forrados delas? Pois é, o
valor investido em BM poderia dar ínicio a esse quadro, mas o governo não tem
interesse nessa opção, porque se o cidadão deixa de comprar energia na
mão do governo, a arrecadação de impostos cai. O governo é enfático em
afirmar que energia solar é cara. E ela realmente é, mas aqui entra o
"Paradoxo de Tostines": "O Governo não investe nada em energia solar por
que ela é cara, ou a energia solar é cara por que o governo não investe
nada nela?". Responda, se puder.
04. Belo monte é uma mentira e uma burrice ao mesmo tempo.
04a.
O governo afirma que fez estudos e concluiu que gerar energia a partir
do sol seria 5 vezes mais caro do que Belo Monte. Mas tem muita coisa
por trás desse "dado" (forjado). A primeira é que o governo nunca diz se
seria 5x o valor aprovado para a construção (4,5bi) ou 5x o valor que
ela vai custar de verdade (32 bi ou 40 bi + incentivos). Além disso as
pessoas confundem (e a fala do governo tem se aproveitado dessa
confusão) energia solar fotovoltaica (geradas pelas placas) que é uma
forma de energia que precisa de um altíssimo investimento inicial, mas
se paga ao longo do tempo, principalmente dada a incidência solar no
solo brasileiro, com energia termo solar (espelhos são usados para
aquecer uma caixa d'água, cujo vapor faz funcionar as turbinas). A
energia termo solar é MUITO mais barata do que a fotovoltaica. Com a tecnologia atual, uma usina com a mesma capacidade de Belo Monte poderia ser construída com 37 bi. Mas esse valor poderia ser ainda menor, lembre-se do
"paradoxo de Tostines": O Brasil possui centros de pesquisa e pesquisadores
que são referência mundial e com linhas de incentivos os cientistas
brasileiros fariam esse valor cair (afinal é pra isso que servem as universidades). Os mesmos incentivos praticados para
Belo Monte não são vistos nas energias limpas. O mundo inteiro está
migrando para energias limpas e qualquer investimento nessa área seria
aproveitado não só para gerar energia, mas também poderia dar lucro,
porque o país poderia vender a tecnologia para outros países. A Alemanha, por exemplo, já determinou que vai encerrar suas 17 termonucleares até 2022.
05. O impacto social de Belo Monte é inaceitável.
05a.
20 mil famílias vão perder o lar, e como esses pessoas tiram o sustento
do rio, da agricultura de subsistência e do extrativismo, vão perder
também seu ganha-pão. O governo não ofereceu ainda nenhum plano concreto
para a realocação dessas pessoas. Na verdade, ninguém tem a mínima
ideia do que vai acontecer com elas, mas se você assistir o vídeo no
Youutube "Tucuruí A Saga de um Povo"
vai ter uma prévia, afinal essa não é a primeira vez que história é
contada. Imagine se o governo desapropriasse sua casa e as casas de seus
familiares você iria chamar isso de "desenvolvimento"? Pelo amor de
Deus!É muita ingenuidade e desinformação acreditar que uma usina hidrelétrica leva desenvolvimento a uma região.
05b.
A vasão do rio Xingu nos 100 km posteriores a barragem vai ficar
reduzida a 10% da atual. Essa região é habitada por 30 etnias,
catalogadas pelos antropólogos, mas a própria FUNAI já afirmou que há
tribos isoladas, que nunca tiveram contato com a civilização. São nações
que existem dentro do Brasil. Precisa ser muito inteligente para saber o
que vai acontecer com eles quando a vasão do rio for reduzida? Muitas
em muitas áreas o rio vai dar lugar à poças d'água estagnadas e podres,
em regiões tropicais, esse cenário é ótimo para a disseminação de
doenças, principalmente transmitidas por mosquitos. (Para saber mais
sobre esse tópico procure no Youtube por “Felício Pontes”.)
06. O impacto político de Belo Monte é nefasto.
06a. A
diplomacia brasileira trabalha há anos com o objetivo de conquistar
uma cadeira no conselho de segurança da ONU. Essa é, inclusive, uma
forte ambição do governo do PT, que vê nessa situação a oportunidade de aumentar a voz brasileira na tomada de decisões de interesses mundiais. Belo Monte está "queimando o filme" do
país internacionalmente. Houve o impasse em relação à Organização
dos Estados Americanos. O Brasil respondeu à advertência suspendendo o
pagamento da anuidade e está agora sob sanções. Até o Vaticano se pronunciou oficialmente
contra BM. Você realmente acredita que a ONU vai deixar um país que
cometeu genocídio contra mais de 30 etnias ocupar a tão sonhada cadeira
no conselho de segurança??? Conclusão: