Suponhamos uma situação na qual um eleitor encontra-se diante de 4 candidatos: A, B, C e D. Ele (o eleitor) tem uma noção diferente sobre cada um. Para ele:
O candidato A representa um grupo antigo, que costumava governar. Foram feitas várias denúncias de corrupção e é inegável a procedência de pelo menos parte delas. Ele não gosta do Candidato A.
O Candidato B representa um grupo que ocupou o poder após a saída do Candidato A. Estão sendo feitas várias denúncias de corrupção, e é inegável a procedência de pelo menos parte delas. Contudo o grupo ligado ao candidato B demostrou-se mais competente no que diz respeito à geração de emprego e renda.
Já o Candidato C está ligado a um grupo que nunca teve a chance de governar, embora as propostas desse grupo pareçam muito boas ao eleitor. Ele conhece o histórico social do candidato e o admira. Ele realmente gostaria de ver o candidato C governar.
Por fim, um Candidato D que também pertence a outro grupo que nunca pôde estar no centro das decisões, mas que defende propostas pelo menos razoáveis. Em comum entre os candidatos C e D o fato de seus grupos conseguirem passar uma imagem de maior retidão do que os grupos dos candidatos A e B.
O candidato A representa um grupo antigo, que costumava governar. Foram feitas várias denúncias de corrupção e é inegável a procedência de pelo menos parte delas. Ele não gosta do Candidato A.
O Candidato B representa um grupo que ocupou o poder após a saída do Candidato A. Estão sendo feitas várias denúncias de corrupção, e é inegável a procedência de pelo menos parte delas. Contudo o grupo ligado ao candidato B demostrou-se mais competente no que diz respeito à geração de emprego e renda.
Já o Candidato C está ligado a um grupo que nunca teve a chance de governar, embora as propostas desse grupo pareçam muito boas ao eleitor. Ele conhece o histórico social do candidato e o admira. Ele realmente gostaria de ver o candidato C governar.
Por fim, um Candidato D que também pertence a outro grupo que nunca pôde estar no centro das decisões, mas que defende propostas pelo menos razoáveis. Em comum entre os candidatos C e D o fato de seus grupos conseguirem passar uma imagem de maior retidão do que os grupos dos candidatos A e B.
Nessa situação, em quem o eleitor decide votar? A opção mais acertada seria votar nos candidatos dos grupos C e D, correto? Todos nós sabemos que é assim somente na teoria. Na pratica, os candidatos A e B aparecem nas pesquisas com mais de 45% das intenções de voto cada, e os candidatos C e D dividem os 5% restantes. O eleitor então vislumbra a ameaça do poder retornar para o grupo do Candidato A, que é – de longe – a pior situação possível. Assim, decide votar CONTRA o candidato A, porque ele realmente NÃO QUER A. Mas como votar contra, se a urna – como o Facebook – só oferece a opção “like”? Não tem outro jeito, a única forma de agir contra o cenário MAIS nefasto é agir a favor do cenário MENOS nefasto. Então, na frente da urna, nosso eleitor hipotético aperta “curtir” para o candidato B, que é o segundo “menos pior”.
Esse tipo de raciocínio acontece e gera, entre outros inconvenientes, a ação do “Paradoxo de Tostines” no que diz respeito às pesquisas de opinião: é impossível saber se um candidato lidera as pesquisas porque possui mais intenções de voto, ou se – pelo contrário – ele possui mais intenções de voto porque lidera as pesquisas. Com esse tipo de procedimento por parte do eleitorado, surge uma polarização entre os grupos que já estavam no poder na eleição anterior, o que engessa mudanças. Esse modelo exclui quem está fora e mantem dentro aqueles que já conseguiram entrar, perpetuando a situação.Além disso, ele tira do eleitor a opção de escolher quem deve governar, porque o eleitor precisa primeiro agir para escolher quem NÃO deve governar.
Esse tipo de raciocínio acontece e gera, entre outros inconvenientes, a ação do “Paradoxo de Tostines” no que diz respeito às pesquisas de opinião: é impossível saber se um candidato lidera as pesquisas porque possui mais intenções de voto, ou se – pelo contrário – ele possui mais intenções de voto porque lidera as pesquisas. Com esse tipo de procedimento por parte do eleitorado, surge uma polarização entre os grupos que já estavam no poder na eleição anterior, o que engessa mudanças. Esse modelo exclui quem está fora e mantem dentro aqueles que já conseguiram entrar, perpetuando a situação.Além disso, ele tira do eleitor a opção de escolher quem deve governar, porque o eleitor precisa primeiro agir para escolher quem NÃO deve governar.
Agora, vamos imaginar que fosse feito uma pesquisa de opinião entre todos os eleitores hipotéticos, na qual os candidatos deveriam ser classificados como “desejável”, “aceitável” e “a ser evitado”. Os candidatos C e D, que possuem boa imagem pública, poderiam até receberem o maior índice de aceitação, mas ficariam fora do jogo, porque uma maioria de 51% da população decidiu contra uma minoria de 49% que o Candidato A “deve ser evitado evitado a todo custo, mesmo que signifique a eleição do Candidato B”. A maioria escolheu (51%), mas uma parcela significativa (49%) encerraria o processo insatisfeita com o resultado.
Para superar esse problema, eu proponho aquilo que chamei de #VotoDual: trata-se simplesmente de um mecanismo que desmembra a “rejeição”, fazendo com que ela deixe de distorcer o resultado do processo eletivo. No #VotoDual, eleitores seriam consultados, como é feito hoje, sobre quem deve governar, mas também seriam consultados sobre quem NÃO deve governar. Assim, se um candidato recebesse uma determinada percentagem de "anti-voto" (voto negativo), ele – por desagradar a uma parcela significativa da população – estaria fora da eleição, que buscaria o vencedor entre aqueles que a maioria considerou como “aceitável” (ou seja, tiveram poucos anti-votos, ou votos negativos). Existem várias formas de calibrar uma eleição com #VotoDual. Uma opção seria simplesmente criar uma contagem de votos que subtraisse o número de votos negativos ("anti-votos") do número de votos positivos que o candidato recebeu. Caso ele terminasse a eleição com saldo de votos negativo, ele precisaria ficar o mesmo número de anos relativos a esse cargo impossibilitado de se candidatar a qualquer cargo.
É injusto que a população só possa dizer “sim” à propostas que lhe são apresentadas. Faz-se necessário modernizar o processo eletivo e incluir um “NÃO” na urna. Chega de ser obrigado a votar negativamente de forma indireta. É necessário oferecer uma forma direta para a população expressar a rejeição à determinada pessoa/grupo/proposta/forma de governar. Esse direito não vai ser oferecido de graça por aqueles que estão dentro do sistema que os privilegia, portanto deve ser conquistado com mobilização da parte insatisfeita. Reflita, debata e divulge!
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Um comentário:
Sua ideia é muito boa. Parabéns.
Precisamos de mais pessoas pensando em soluções assim...
Penso que pesquisa pré-eleitoral é um crime para a democracia. O povo já não tem preparo para escolher e ainda é influenciado negativamente...
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